PAZ PERFEITA



 “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti, 
porque confiará em Ti (Isaías 26:3).

Eis aqui o segredo da paz, a origem da paz de Daniel na cova dos leões. Posso imaginar Daniel atravessando as ruas de Babilônia em caminho à cova dos leões, em obediência ao decreto do rei. Ele caminhava, não cabisbaixo como um condenado, mas altivo, como um conquistador. Naquela noite não houve música no palácio real; o rei, acabrunhado pela dor, não podia dormir, nem admitir instrumentos de música em sua presença. Na manhã seguinte deveria ouvir-se um ruído singular pelas ruas calçadas de Babilônia. Que era? Era a carruagem do rei que passava em direção da cova dos leões. No rosto do rei viam-se estampados o temor e a ansiedade; as lágrimas vertidas durante a noite tinham-lhe cavado sulcos nas faces. Chegado à porta da cova dos leões, o rei grita: – “Daniel! Daniel! Dar-se-á o caso que o teu Deus a quem continuamente serves te tenha livrado da cova dos leões!” Lá do fundo da cova vem a resposta: – “Oh rei, vive para sempre. O meu Deus enviou o seu anjo e fechou as bocas dos leões”.

Em minha opinião, o homem mais calmo em toda a Babilônia naquela noite memorável, era Daniel. Elle orou com o rosto voltado para Jerusalém, e, após a oração, fez de um leão travesseiro e dormiu com uma consciência tranquila. O rei levou-o novamente para o palácio, e por um decreto mandou lançar na cova dos leões os acusadores de Daniel com suas mulheres e filhos, os quais, logo ao tentar, eram devorados pelos leões famintos.Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus”; mas aquele que confia em Deus não será abalado.

Dwight Lyman Moody (1837-1899)

O Estandarte. Ano XXIX, Nº 17, São Paulo, 28 de Abril de 1921, p. 6.

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