John Bunyn na prisão de Bedford

  

Ilustração extraída de Sartain’s Union Magazine, Vol. VIII, 1851, p. 195

Em 12 de Novembro de 1660 John Bunyan (1628-1688) foi levado à prisão sob a acusação de fazer “pregações ilegais”. Neste dia Bunyan foi pregar numa casa particular em Samsell, Bedfordshire, Inglaterra.

“O Sr. Francis Wingate, um juiz de paz muito conhecido, publicou um despacho, e ordenou que a polícia mantivesse uma forte vigilância sobre a casa onde ocorreria a reunião, ‘como se quem estivesse reunido naquele lugar intentasse fazer algum negócio perigoso, com a intenção de destruir o país. Quando a polícia entrou, nos achou apenas com nossas Bíblias em nas mãos, prontos a falar e ouvir a Palavra de Deus, pois já estava quase na hora de começar o nosso culto. Aliás, havíamos começado a orar pelas bênçãos de Deus nesta oportunidade.’ Quando a polícia prendeu Bunyan, ele só teve tempo de dizer isto ao povo: “Vejam que somos impedidos de ter a oportunidade de falar e ouvir a Palavra de Deus, e estamos sujeitos a sofrer por esta causa. Não fiquem desanimados. É uma bênção sofrer por uma boa causa. Podemos ser presos como ladrões ou assassinos, ou presos por outros ímpios, mas bendito seja Deus... Sofremos como cristãos por fazer o bem e é melhor ser o perseguido que o perseguidor.’ Na manhã seguinte ele apareceu diante do juiz, e como ousadamente se recusava a parar de pregar, nenhuma fiança pode ser arbitrada. Então, foi mandado para a prisão de Bedford até as audiências trimestrais.” (Sartain’s Union Magazine, Vol. VIII, 1851, p. 194)

Bunyan era viúvo e tinha quatro filhos de seu primeiro casamento, e uma das quatro crianças, era cega, a garota Mary Bunyan. Em 1658 John Bunyan contraiu novas núpcias com Elisabeth. Após a injusta prisão de John Bunyan, Elizabeth foi a Londres e apresentou uma petição pela liberação de seu marido à Câmara dos Lordes, mas foi em vão. De tempos em tempos, Elizabeth ia pessoalmente pedir aos juízes a libertação de Bunyan, mas sem resultados.

“Bunyan confessou ao Juiz Keeling, que ele com seus amigos, ‘tiveram muitas reuniões juntos, para orar a Deus e exortar uns aos outros’. ‘Então,’ disse Keeling, ‘Ouça o seu julgamento: você será mandado de volta para a prisão, e lá você ficará por três meses seguidos, e quando findar os três meses, se você não se submeter a ir à igreja oficial, ouvir o culto divino, e deixar de pregar, serás banido do reino... e se voltar sem licença especial do rei... serás enforcado... isso te digo com certeza’. Então pediu ao meu carcereiro para me levar para longe dele.’” (Sartain’s Union Magazine, Vol. VIII, 1851, p. 195)

Toda vez que John Bunyan tinha algum benefício legal, voltava a pregar, e por este ato de desobediência, teve que cumprir doze anos de prisão. Foi nestes doze anos de prisão que John Bunyan escreveu Pilgrim’s Progress, ou, O Peregrino, título que popularizou este livro em língua portuguesa.

O Peregrino é o segundo livro mais vendido do mundo, ficando atrás apenas da Bíblia, que foi a fonte de inspiração de John Bunyan para escrever Pilgrim’s Progress.


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