Uma tarde, no inverno de 1831-32, três índios Nez
Percés e um índio cabeça-chata apareceram nas ruas de São Luís, com um pedido
que, provavelmente, nenhum homem branco ouviu antes. Explicaram que haviam
vindo da terra do sol poente. Disseram que ouviram sobre o Deus do homem branco
e desejavam aprender acerca dele e obter um exemplar da Bíblia. O General
William
Clark, que havia estado com o capitão Meriweather
Lewis na famosa viagem de exploração Lewis-e-Clark ao Nordeste, em 1804- 6, era
então agente de índios em São Luís. Deu aos índios presentes e instrução
religiosa. Um dos índios, com o formidável nome de Ta-Wis-Sis-Sim-Nim,
expressou o desapontamento dos homens vermelhos, numa palestra captada e
largamente divulgada
na época, uma palestra que teve grande influência
em dirigir o interesse para missões entre os índios. Esta foi a conclusão da palestra:
“Meu povo mandou-me obter o Livro do Céu, do homem
branco. Vocês me levaram aos lugares onde permitem
às suas mulheres dançar, como não deixamos as nossas; e o Livro não estava lá!
Vocês me levaram ao lugar onde adoram o Grande Espírito com velas, mas o Livro
não estava lá! Vocês me mostraram imagens do Grande Espírito e retratos da Boa
Terra além, mas o Livro não estava entre eles para contar-me o caminho. Vou
voltar para o longo caminho, para o meu povo, na terra
escura. Vocês fazem meus pés pesados com presentes e meus mocassins
envelhecerão ao carregá-los, e no entanto o Livro não está entre eles!
Quando eu disser ao meu pobre e cego povo, depois
de mais uma nevada, no grande concílio, que eu não trouxe o Livro, nenhuma palavra
será pronunciada por nossos velhos, nem por nossos bravos jovens. Um por um,
eles se levantarão e sairão em silêncio. Meu povo morrerá na escuridão, e
continuará num longo caminho para outras terras de caça. Nenhum homem branco
irá com eles, e nenhum Livro do homem branco irá aplainar o caminho. Não tenho
mais palavras”.
Os índios partiram, voltando para o Oregon com um
sentimento de desapontamento, desconhecendo o fato de haverem posto em ação
forças que trariam grandes resultados. William Walker enviou à Sociedade
Missionária da Igreja Metodista Episcopal sua carta histórica a respeito da
visita do índio chefe cabeça-
chata a São Luís, em busca do Livro da Vida do
homem branco. Aquelas cartas, publicadas no The Christian Advocate e no Zion’s
Herald, atraíram grande atenção. Elas conduziram, afinal, à primeira missão
transcontinental da América do Norte, a dos índios do Oregon. Essa história da visita dos índios
também levou a American Board, representando as Igrejas Congregacionais, Alemã Reformada
e Presbiteriana a enviarem três missionários.
Linha
de Esplendor Sem Fim.
HALFORD
E. LUCCOK.
Junta Geral de Educação Cristã da Igreja Metodista,
1956.
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