Dois
anciãos conversavam acerca do indiferentismo que vai lavrando na sociedade
moderna – com relação às coisas que dizem respeito à religião.
– Meu amigo, disse um deles, quanto a mim, espero
permanecer – até o fim – nos princípios religiosos que recebi de meus pais. Estou
velho e suponho que poucos dias de vida terei. Penso, às vezes, na morte e esta
ideia de tal modo impressiona-me, que sou levado a perguntar a mim mesmo: Como
hei de salvar-me?
É verdade
que não sou dos piores homens: tenho feito alguns benefícios ao meu próximo; o
meu bolsinho está sempre aberto aos necessitados; tenho sido obediente, em
tudo, aos preceitos da igreja.
Parece-me que, cumprindo com o meu dever de cristão,
Deus há de recompensar-me, dando o descanso a minh’alma.
–
Como assim? Perguntou o outro. Julgais que Deus dará o descanso a vossa alma,
porque observais os preceitos da igreja?!
Segundo a vossa teoria, obtereis o descanso
ou a salvação pele que fazeis, e não pelo que fez Jesus Cristo por vós. Pensai bem!
Nesse caso não precisais de Cristo; os benefícios provenientes da sua morte não
têm valor para vós.
Meu amigo, para quem conhece o Evangelho, Cristo
é o único Salvador.
“O que crê em Mim, tem a vida eterna.”
(João 6:47)
O apóstolo S. Pedro, afirmando essa
verdade, disse: “E não há salvação em nenhum outro: porque do céu abaixo nenhum
outro nome foi dado aos homens, pelo qual nós devamos ser salvos.” (Atos 4:12)
S. Paulo também, testificando a mesma
verdade disse que – somos salvos pela fé
em Cristo e não pelas obras (Efésios 2:8-9).
Na 1ª Epístola de S. João, capítulo 5,
versículo 13, lemos:
“Eu vos escrevo estas coisas: para que
saibais que tendes a vida eterna, os que credes no nome do Filho de Deus;”
Oh! meu amigo, desejais ser salvo? Confiai
em Jesus, e nunca nas vossas obras.
Se duvidais das palavras que vos acaba de
dizer, lede a Bíblia e nela vereis a verdade que vos expus.
Adeus! Sede feliz eternamente. – J. O.
O
ESCUDO DA VERDADE.
ANO
I, Nº 2 , RECIFE-PE, 31 DE JANEIRO DE 1894, p. 3-4.
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