Os
primeiros missionários evangélicos enviados à Groenlândia querendo conduzir
metodicamente esse povo da religião natural à revelada, limitaram-se a
expor-lhes a existência de Deus, a criação do mundo e a imortalidade da alma.
Seguindo esse método adotado, trabalharam durante cinco anos sem verem o menor
fruto do seu trabalho.
Um dia, porém, o missionário Beck, pondo de parte o
sistema deles e adotando o divino, expôs ao povo o plano da redenção;
contou-lhes os sofrimentos e a morte do Filho de Deus; exortou-os de um modo
tocante o quanto Jesus sofreu para salvá-los; e em seguida leu-lhes no Novo
Testamento a narração da agonia do bendito Redentor no Jardim das Oliveiras. O
efeito foi imediato: esses corações até aí insensíveis, compungiram-se e por
essas faces até aí secas viu-se correrem copiosas lágrimas
Jesus Cristo havia sido crido por esse povo selvagem que
por sua nova vida exibira ao mundo ser a estultícia da cruz mais sábia que a
sabedoria do mundo.
Avante, pois, proclamemos alto e bom som em
tempo e fora do tempo, Cristo e Cristo crucificado.
E que importa a nós o escândalo de uns e a
mofa de outros? Cristo e Cristo crucificado foi, é, e será para os que forem
salvos, quer Judeus, quer gentios, quer sábios, quer ignorantes, quer ricos,
quer pobres, o poder de Deus, o único poder de regenerar e salvar o mundo e a
sabedoria de Deus, a única que ilustra, que enobrece, que humaniza, que liberta
e fraterniza.
O Mensageiro.
Ano 3, Nº 12, São
Francisco do Sul-SC. Agosto de 1916, p. 3.
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