A SALVAÇÃO PELA FÉ



 A perfeição do Filho de Deus como nosso fiador, é a base da nossa confiança.

Sobre esta confiança entramos em comunhão com Deus.

Necessitamos de uma pessoa que carregue os nossos
pecados. Jesus Cristo faz precisamente isto — é, pois, nosso Salvador, divino e perfeito. “O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e, pelas Suas pisaduras, fomos sarados.”(Isaías 53:5.)

Me ocorreu um caso sobre este ponto em relação a um jovem.

Seguia com a  Bíblia adiante, pensando sobre o caminho da vida e perguntando: “que é necessário que eu faça para me salvar?” (Atos 16:30). Sentia que era pecador, porém, como podia ser salvo? Sentia-se culpado; porém, como ser perdoado? 

— Acaso pelas obras de justiça? me perguntou.

—Não, certamente.

—Pois, então como? 

—Não será fazendo uma parte das nossas obras, e esperando que Cristo faça o que falta?

 —Não; assim não.

—Então, como?

— Deixando que Cristo faça tudo; somente cabendo a ti o gozo de receber o que Ele tem feito.

— Pois, é possível isto?

—Não só é possível; é certo. Este é o modo, o único modo.

— E eu não tenho que fazer nada?

— Absolutamente nada, para ser salvo; porém, muito, muitíssimo, depois.

— E não tenho que pagar nada!

— Nada: realmente não tens com o que pagar, e nem suspeite que Deus pediria  tal coisa. Pois, na verdade, não pede nada. “E, não tendo eles com que pagar, perdoou-lhes a ambos.” (Lucas 7:42).

— Então, diga-me como pode ser isto?

— Sabes o que é um fiador?

 —Sim, eu sei. Porém, como se aplica isso a meu caso?

— Cristo se oferece como teu fiador ou substituto, para fazer o que deve ser feito; para sofrer o que deve ser sofrido; para pagar o que deve ser pago.

—Queres dizer isto: que Cristo realmente já pagou  a minha dívida, e devo crer nisto para ser salvo?

—Não: tua dívida não está paga até que tenhas crido; então
estará paga, uma vez para sempre; só assim, então.

—Em tal caso, como traz boas novas para mim a obra de Cristo como meu fiador?

—Há bastante dinheiro no banco para pagar tuas dívidas, e sobra; e nada tens a fazer a não ser apresentar tua libertação e receber o valor à vista.

— Já vejo, é o ato de crer que me põe na posse de todos os frutos da obra realizada na Cruz.

H. B.

EL EVANGELISTA.
TOMO I: Nº 3, MONTEVIDEO-Urugay, Setiembre, 15 DE 1877, p.20-21.

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