Volvendo doze anos na memória, recordo-me de duas santas
mulheres que costumavam vir as nossas reuniões de oração.
Delicioso, vê-las aí!
Quando eu começava a pregar; já sabia pela expressão da face delas,
que estavam orando por mim.
Ao término das reuniões de domingo à tarde, vinham elas
dizer-me:
-
“Estivemos a orar pelo senhor”.
E eu lhes perguntava:
-
“Porque não oram pelo povo?”
Respondiam:
-
“O senhor precisa do poder.
-“Preciso do poder?” - perguntava a mim mesmo. “Pensava que já dispunha
de tal poder”... “Tenho uma grande escola dominical e a maior congregação de Chicago”...
Houve algumas conversões por esse tempo. Fiquei até certo
ponto satisfeito.
Mas, através do tempo, as mulheres continuavam em ardentes preces
em meu favor.
Por último, sua insistência sobre ‘unção para um serviço
especial’, me fez pensar.
Convidei-as a virem conversar comigo. Ajoelhamo-nos. Elas derramaram seu coração diante de Deus,
pedindo-lhe que eu fosse ungido pelo Espírito Santo.
E eis que
uma grande fome sobreveio a minh’alma!
Não sabia eu o que isso vinha a ser.
Comecei a bradar como nunca antes bradara.
A fome aumentava ... e eu sempre bradando a Deus que me enchesse
de seu Espírito.
Bem, um dia, em Nova York... Que dia! não se descreve; raro me
refiro a ele ; é uma experiência quase sagrada demais para se mencionar!
Paulo teve uma experiência a qual jamais aludiu em quatorze anos...
Um dia, em Nova York, ia eu dizendo, Deus se revelou a mim, e eu
tive uma experiência tal de Seu amor, que me foi preciso pedir-Lhe que
retivesse a mão ...
Voltei a pregar. Os meus sermões não eram diferentes; não
manejei verdades novas; centenas de pessoas, todavia, se converteram.
Não quereria eu, hoje, a troco do todas as riquezas desta cidade, ser novamente
posto onde estava antes dessa bendita experiência.
Tais riquezas, comparadas com as que possuo, seriam como o pó leve na concha da balança ...
O Estandarte. Ano XX, nº 04, São Paulo,
25 de Janeiro de 1912, p. 7-8.
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