“CUSTOU UMA ALMA”




“Quanto valerá a fazenda de Fulano,” disse um amigo a outro ao passarem pela linda chácara e palacete de um conhecido recentemente falecido.

– “Não sei quanto valerá,” foi a resposta, “porém sei quanto custou ao seu possuidor.”

– “Quanto custou?”

– “A sua alma,” foi a solene resposta.

Em seguida contou como o falecido vivia pensando só em si, e em tornar-se rico. Seu único fim era ganhar uma fortuna e casa neste mundo, descuidando-se inteiramente de preparar uma morada e refúgio no outro, e enfim morrendo repentinamente sem arrepender-se ou preparar-se para dar conta das coisas feitas aqui no corpo.


A Aurora.Vol. 03, nº 6, Junho de 1894, p. 3.

Comentários