Um pobre cego, sentado à beira do Tamisa, pedia
esmolas; em troco lia à multidão, que se reunia ao redor dele, um capítulo de
sua grande Bíblia em relevo.
Um indivíduo que ia passando parou: sua consciência
despertada havia muitos dias, não lhe dava um momento de repouso.
O cego lia no quarto capítulo dos Atos, o versículo
12.
“E
nã há salvação em nenhum outro. Porque do céu abaixo nenhum outro nome foi
dado... nenhum outro nome...”
As pessoas que o observavam riam-se do infortúnio
em que se achava o pobre cego; porém aquele que tinha parado, ouvia ressoar nos
seus ouvidos, como o tinir metálico dum grande sino, ao passo que se retirava,
as últimas palavras da passagem “nenhum
outro nome.”
À noite, ao adormecer, essas mesmas palavras soavam
confusamente no seu espírito, como os débeis toques de uma campainha ouvidos ao
longe, e na manhã seguinte, estas palavras do pobre cego: “nenhum outro nome, nenhum outro nome,” vieram saudá-lo ao
acordar-se.
Afinal, esta importante verdade penetrou até o
fundo do seu coração, triste e sobrecarregado; de maneira que ele fez descansar
seu fardo pesado sobre Aquele pelo qual podemos unicamente ser salvos.
(El Evangelista)
IMPRENSA EVANGELICA.
VOL. XXIII, Nº 7, SÃO PAULO, 12 DE FEVEREIRO DE
1887, p. 53-54.
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