25 REFLEXÕES DE NATAL: PARTE XI




Porque o Senhor dá a sabedoria, e da Sua boca vem o conhecimento e o entendimento.
Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; 
escudo é para os que caminham na sinceridade,  
para que guarde as veredas do juízo
e conserve o caminho dos Seus santos.
Provérbios 2:6-8

A Estrela do Natal
(Yraê Matos)

    Para os magos do Oriente havia a estrela no céu. Vieram de longe, trariam areia do deserto nas sandálias e dádivas na mão. O caminho era longo e desconhecido, mas havia no céu a estrela, diferente das outras, maior, de brilho mais intenso...

   Para os pastores, o anjo e depois aquele coro maravilhoso, como nunca mais se ouviu igual: “Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens.”

   Estrela, para os magos... anjos, para os pastores... E para os outros, Senhor? Para os homens que em vão procuram um sinal no céu? Manda para eles, também, Senhor um sinal! Uma estrela cintilante, ou a figura etérea de um anjo. Manda, Senhor, alguma cousa que ajude os pecadores a te encontrarem. Tem pena dos que te buscam sem te achar, que são vencidos pelas trevas, pela densa escuridão!

   E no silêncio daquela noite linda, daquele Natal tão cheio de doçura, de promessas de amor e de paz, veio uma voz – da própria noite ou de dentro da minha alma.
  
– Não há mais estrelas para anunciar a boa-nova... Não há coro celestial, cantando o nascimento Daquele em quem se firma a felicidade humana. Mas há um sinal, sim... “Vós sois a luz do mundo” Vós sois o farol, a estrela... Vede que privilégio o nosso! Há quase dois milênios, anjos e estrelas. Hoje, vós! Sim, tendes essa missão e não fugireis dela, como não fugiram os anjos. É preciso que anuncieis cada dia da vossa vida: “Jesus nasceu! Nasceu na pequenina Belém da Judeia o Salvador, o Mestre querido que pregou o bem, o amor, o perdão. Nasceu o filho de Davi, o Deus encarnado. É Ele quem anima a minha vida. É Ele quem dirige as minhas ações... Vinde comigo, vós que ainda não O conheceis. Vinde e eu vos levarei a Ele. Aos Seus pés deixareis vossas cargas e a vida vos será mais fácil. Vinde! Não espereis anjos ou estrelas. Essa missão hoje é nossa... vinde! Vinde!”
   Sim, Senhor! Hoje não há mais outros sinais além de nós... Mas, Senhor, perdoa-nos! A estrela soube cumprir a sua missão... O anjo deu a boa nova aos pastores. E nós, Senhor? Temos sido a lâmpada escondida sob o alqueire... Não temos iluminado nada, não temos rompido as trevas... Somos o sal que os tornou insípido... Agora, só nos resta sermos pisados pelos homens... E te pedimos um sinal... Oh! Senhor, perdoa-nos!

    E com as vozes daquela noite santa, com a doçura sempre nova da Noite de Natal, com a magia que une todos os corações na comemoração do mais sublime fato da história, minha alma compreendeu toda a importância da missão que nos foi entregue, quando o Grande Mestre falou à multidão, no Monte:

– “Vós sois a luz do mundo...”

– “Vós sois o sal da terra...”

JORNAL O PURITANO.
Ano LIII, Nº 2002. Rio de Janeiro, 25 de Dezembro de 1951.

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