25 REFLEXÕES DE NATAL: PARTE XII



 Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou;

não vo-la dou como o mundo a dá.

Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.

João 14:27

“A ESTREBARIA, sozinha no silêncio, escuta o ruído de Belém. É afastada. A candeia vermelha, acesa no interior, torna o estábulo visível no pasto enluarado, como se estivesse resplendendo, debaixo de lençol, uma célula de luz.

    Lá está o recém-nascido.

    Belém rumoreja. Ele sorri. Belém, atufada de peregrinos, ouve música pecadora e estalido de moedas nas bancas de azar. Ele está atento ao resfolegar de animais e, contudo, ouvindo a harmonia dos céus... É o Natal!

   Primeiro Natal, e os homens estão separados de Cristo. Primeiro Natal, e não há, para Ele, lugar na estalagem. Primeiro Natal, e não sobra, nos recantos do coração, um recanto para o coração de Deus...

[...]
 
    Nasce, em Belém, um rei Messias e a sua voz é abafada pelo murmúrio do pecado. [...].

     Meu amigo! Se és sincero escuta!...

[...]

   Natal é o nascimento do Messias. Ele está a tua porta, esperando nascer para ti... Procura-o no estábulo, quem sabe mal iluminado, de tua alma; na manjedoura, provavelmente rústica, de tua consciência. Não o busque entre os homens. Não houve lugar para Ele na estalagem...

   [...].

   Meu amigo! Se és sincero, escuta! Aprende que Jesus está à porta do teu coração...

    Jesus quer que tu sintas o Natal. [...].

    O Natal para o comum dos homens, é festa como outras.[...].

[...]

    Deixa o barulho de Belém e vai para a estrebaria afastada, sozinha, no silêncio... A candeia vermelha, acesa no interior, torna visível no pasto enluarado, como se estivesse resplendendo, debaixo de lençol, uma célula de luz...”

Crônica de Natal de Júlio Andrade Ferreira.  O Puritano. Ano LV, nº 2045-2046. Rio de Janeiro, 10-25 de Dezembro de 1953, p. 1

Comentários