Deixo-vos a paz, a Minha
paz vos dou;
não vo-la dou como o mundo
a dá.
Não se turbe o vosso
coração, nem se atemorize.
João 14:27
“A
ESTREBARIA, sozinha no silêncio, escuta o ruído de Belém. É afastada. A candeia
vermelha, acesa no interior, torna o estábulo visível no pasto enluarado, como
se estivesse resplendendo, debaixo de lençol, uma célula de luz.
Lá está o recém-nascido.
Belém rumoreja. Ele sorri. Belém,
atufada de peregrinos, ouve música pecadora e estalido de moedas nas bancas de
azar. Ele está atento ao resfolegar de animais e, contudo, ouvindo a harmonia
dos céus... É o Natal!
Primeiro Natal, e os homens estão separados
de Cristo. Primeiro Natal, e não há, para Ele, lugar na estalagem. Primeiro Natal,
e não sobra, nos recantos do coração, um recanto para o coração de Deus...
[...]
Nasce, em Belém, um rei Messias e a sua voz
é abafada pelo murmúrio do pecado. [...].
Meu amigo! Se és sincero escuta!...
[...]
Natal é o nascimento do Messias. Ele está a
tua porta, esperando nascer para ti... Procura-o no estábulo, quem sabe mal
iluminado, de tua alma; na manjedoura, provavelmente rústica, de tua
consciência. Não o busque entre os homens. Não houve lugar para Ele na
estalagem...
[...].
Meu amigo! Se és sincero, escuta! Aprende que
Jesus está à porta do teu coração...
Jesus quer que tu sintas o Natal. [...].
O Natal para o comum dos homens, é festa
como outras.[...].
[...]
Deixa o barulho de Belém e vai para a estrebaria
afastada, sozinha, no silêncio... A candeia vermelha, acesa no interior, torna
visível no pasto enluarado, como se estivesse resplendendo, debaixo de lençol,
uma célula de luz...”
Crônica de Natal de Júlio
Andrade Ferreira. O Puritano. Ano
LV, nº 2045-2046. Rio de Janeiro, 10-25 de Dezembro de 1953, p. 1
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