Bendize,
ó minha alma, ao Senhor!
Senhor, Deus meu, Tu és magnificentíssimo;
estás
vestido de glória e de majestade.
Ele
cobre-Se de luz como de uma veste,
estende
os céus como uma cortina.
Põe nas
águas os vigamentos das Suas câmaras,
faz das nuvens o Seu carro
e anda
sobre as asas do vento.
Faz dos
ventos Seus mensageiros,
dos Seus
ministros, um fogo abrasador.
Salmo
104:1-4
Natal, o maior acontecimento da era cristã
Nasceu
Jesus! Eis a doce, santa, magnífica mensagem, trazida, vinte séculos há, pelos
anjos, aos pastores das verdejantes campinas de Belém.
Jazia o mundo, então, envolto nas densas
trevas da dor, da miséria, do pecado, quase que sem fé e sem esperança, quando,
súbito – no firmamento da Divina Misericórdia e nos complementos dos tempos da
Sabedoria de Deus – desponta a prometida e desejada Resplandecente Estrela da
Manhã – Jesus Cristo.
Ei-Lo que vem – no esplendor de Sua beleza
moral, no fascínio Seu ensino singular, no exercício Seu benfazejo ministério –
anunciar o magno, o sublime, o incomparável e infinito amor de Deus aos homens,
embora maus, rebeldes, ingratos.
Ei-Lo que surgiu, assim, marcando – na
misteriosa ampulheta do tempo – o despontar de uma nova aurora que seria de
gozo, de venturosa alegria – a radiante aurora da Salvação, porque Deus amou o mundo de tal maneira que lhe deu o Seu Filho Unigênito para que
todo o que Nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
Cega, perdida, desnorteada, marchava a
pobre humanidade pela região da sombra da morte, quando – no céu até então
negro do seu futuro – cintilou a gloriosa Estrela da Redenção, porque, foi a
mensagem angelical, hoje, na cidade de
Davi, vos nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
Assim, sendo neste
sombrio Vale de Lágrimas, desabrochou, na Noite de Natal, no inspirado dizer do
mavioso bardo de Israel, aquele que é – “o Lírio dos Vales”.
A flagrância do Seu amor, meigo, suave,
divino, tanto quanto a Sua imensa e terna simpatia, vêm alegrar, perfumar,
amenizar a senda até então lúgubre do desalentado, do perdido, do mísero
pecador.
Realmente, nasceu Jesus, cujo divino amor
balsamiza os corações feridos, conforta as almas amarguradas, salva os
espíritos torturados pela dor e alanceados pelos sofrimentos, fazendo-os felizes,
tornando-os plenos de ventura, repletos de satisfação, podendo, por isto mesmo,
cada pecador redimido cantar vida afora, rumo da eternidade com Deus:
“Alegre o dia em que abracei
Jesus, e Nele a Salvação!
O gozo deste coração
Eu mais e mais publicarei.
Dia feliz! Dia feliz,
Quando em Jesus me satisfiz!”
.................
Não é, pois, sem justo motivo que, de
gozo transportados, os próprios anjos, rompendo as cortinas azuis do
firmamento, descem à terra, cantando, “em Coro excelso, santo, jubiloso”:
Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos
homens a quem Ele quer bem.
...........
Nasceu Jesus e
ei-Lo que vem, bendito, em nome do Senhor – “pregar o Evangelho aos pobres e
sarar os quebrantados de coração”; ei-Lo que vem “a por em liberdade os presos
e a anunciar o ano aceitável do Senhor”(Lucas 4:18-19).
Agora, vós que ouvis tão alegres novas,
vinde
– “Vinde ouvi a doce história
Que do Oriente vem;
O Messias, Rei da Glória,
Nasceu em Belém!
Sim.Vinde, hoje mesmo – qual o fizeram,
outrora os Magos – reconhecê-Lo também – Profeta, Sacerdote e Rei! Vinde, como
eles o fizeram, “para adorá-Lo”; Vinde – imitando-os – abrindo, não tanto os
cofres, de vossos tesouros materiais, mas, antes, o de vossas inteligências
iluminadas pela Sua graça, de vossas almas crente, de vossos corações
agradecidos.
Nasça, destarte, Cristo em vossas almas.
Felizes aqui, no tempo, tornar-vos-eis,
certo, bem-aventurados na eternidade. Amém.
Julio C. Nogueira
JORNAL
O PURITANO.
Ano
L, Nº 1934. Rio de Janeiro, 25 de Dezembro de 1948.
Comentários
Postar um comentário