...oferecerei
sacrifício de júbilo no Seu tabernáculo; cantarei, sim, cantarei louvores ao
Senhor.
Salmo 27:6
Não havia lugar para eles na
estalagem
Lucas 2:7
Era chegada a época do alistamento e cada um ia cumprir essa ordem
baixada por César Augusto, em sua cidade Natal.
José de Galileia e Maria, sua mulher, que se achava grávida, dirigiam-se
para Belém.
Em vão procuram um lugar na cidade onde pudessem pernoitar, tal era a
afluência do povo; nem numa estalagem havia lugar para eles; foram então
recolher-se ao estábulo.
Nessa noite e nesse lugar nasceu Jesus. Uma manjedoura lhe serviu de
berço; panos somente lhe serviram de vestes.
Será possível, o Redentor do mundo, o Unigênito de Deus, não ter ao
menos o que tem o mais pobre e mísero pecador ao nascer, um berço onde possa
ser deitado, roupas prontas e próprias para aquecer-se?!
O menino Jesus deitado na manjedoura, envolto em panos.
Um nascimento tão humilde contrista à primeira visita o coração do
crente.
Mas enquanto essa cena se passa ali no interior do estábulo, ignorada
por todos, desprezados José e Maria até pelos donos da estalagem, os pastores
que nos campos, silenciosos e tristes, na escuridão da noite guardavam seus
rebanhos, são despertados pelo anjo do Senhor, das alturas dos céus baixa à
terra e exclama:
“Não temais, vos trago novas de grande gozo que o será para todo o povo:
hoje na cidade de Davi vos nasceu o Salvador, que é o Cristo, Senhor.”
Se a Terra, os homens, foram alheios a esse misterioso e estupendo
acontecimento, os Céus se manifestaram; uma multidão dos exércitos celestiais
que acompanhava o anjo, canta: “Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa
vontade para os homens.
Uma estrela cintila no Oriente... Guia os reis magos e os detém na
cidade de Davi, onde adoram o Menino Jesus e lhe oferecem ouro, incenso e
mirra.
Se os homens desprezaram Jesus, permanecendo uns indiferentes, outros
hostis, apesar de Seus milagres, de Sua caridade, de Suas palavras sempre
cheias de sabedoria e prudência – a natureza, o Universo e os Céus atestaram
sempre a Sua Divindade.
Nascendo Jesus os Céus exclamam: “Glória a Deus nas alturas, paz na
terra, boa vontade para os homens; sendo batizado nas margens do Jordão, o Espírito
Santo desce sobre Ele, e ouve-se uma voz que diz: “Este é meu Filho bem amado,
expirando nos braços da cruz, lá no alto do Calvário, a natureza como que
cobre-se de luto: o sol se escurece e o véu do templo fende-se de alto a baixo.
As palavras do evangelista S. Lucas, ainda tem hoje sua aplicação.
Quantos e quantos corações cheios de paixões, de vícios, de pecados, não
têm lugar para Jesus! Que o Espírito Santo, qual a estrela que brilha no
Oriente, os ilumine e os conduza a Jesus, como conduziu os reis magos; que o
som do Evangelho os desperte, como a multidão dos exércitos celestiais
despertou os pastores; e assim como os magos abriram seus tesouros para
oferecerem a Jesus o que de mais precioso têm – seus corações – oferecendo- os
a Jesus Cristo, para neles fazer a morada e seus corpos serem transformados em
templos do Espírito Santo.
Maio,
1900. Henrique Carpenter.
JORNAL O PURITANO.
Ano I, Nº 53. Rio
de Janeiro, 7 de Junho de 1900, p. 3.
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