Numa noite de
fevereiro em Kerry, na Irlanda, alguém chamou à minha porta. Um senhor que eu
não conhecia me procurava. Pediu-me desculpas pela hora, mas disse que seu caso
era urgente. Tinha um filho que estava agonizando e querendo que um pastor
falasse com ele.
Eu, de imediato, fui
com ele. Seu casebre estava localizado ao lado de um morro alto. Ficava tão
isolado que não me surpreendi de não tê-lo visto antes. Quando entramos na
casa, uma senhora se levantou e me ofereceu uma cadeira. Em um canto, sobre uma
cama de palha, vi o rapaz, que tinha cerca de dezessete anos. Padecia de
tuberculose e era óbvio que a morte se aproximava.
Expliquei ao rapaz o
propósito de minha visita e perguntei-lhe se tinha esperança de ser salvo. Mas
era evidente que ele não entendia do que eu falava. Disse-me que não sabia ler,
mas que tinha ouvido falar um pouco de Deus e do julgamento.
Como não sabia ler, a Bíblia lhe era um mistério; não entendia
nada da salvação. Fiquei aflito, pois ali estava uma alma a ponto de entrar na eternidade
sem entender a sua necessidade da salvação e do sacrifício de Jesus para ele
poder ser salvo. O que podia fazer? Pedi a Deus que me desse sabedoria para
ajudar aquele jovem a entender. Eu lhe disse:
— Meu jovem, você está gravemente doente.
— Eu sei — respondeu-me.
— Quanto tempo faz que está com essa tosse? — perguntei-lhe.
— Já faz quase um ano.
— Os rapazes irlandeses estão acostumados ao ar frio. O que
aconteceu que lhe fez adoecer?
— Foi o seguinte. O frio também não me fazia mal até aquela vez
em que uma das ovelhas se extraviou. Meu pai me mandou buscá-la. Tinha caído neve
e fazia muito frio. O vento passava por meu corpo como uma faca. Não me incomodou muito porque eu estava muito preocupado com a
ovelha de meu pai.
— E você a encontrou? — perguntei-lhe.
— Ah, sim! Eu continuei procurando até encontrá-la.
— E como a trouxe para casa?
— Sim, a trouxe para casa sobre meus ombros.
— Eu imagino que seu pai ficou muito alegre ao vê-la, não? —
perguntei-lhe.
— Claro que sim! Ficou muito satisfeito.
Que maravilha, eu
pensei. Essa é a história do evangelho.
Abri a minha Bíblia e
li em Lucas 15:3-7. O rapaz compreendeu facilmente a parábola e me ouviu com
muito interesse quando lhe expliquei o significado.
— Deus nos criou, mas nós, como a ovelha, nos desgarramos em
nossos pecados. Vivíamos longe da santidade de Deus e expostos ao inferno. Mas Deus
enviou o seu Filho Jesus para nos buscar. Ele morreu por nós. Se nos arrependermos
e aceitarmos o que fez por nós, Ele nos leva a Deus e nos reconcilia com Ele.
Assim,
quando morrermos, vamos estar com Ele eternamente.
O Senhor abriu o entendimento
do rapaz, e ele compreendeu a sua necessidade. Arrependeu-se e abriu o seu
coração para aceitar Jesus como o seu Salvador.
Dentro de dois dias
morreu, mas partiu com paz no coração. Suas últimas palavras foram estas:
“Jesus, meu Salvador e meu Pastor”.
Selecionado
Prezado leitor, você tem percebido sua
necessidade do Grande Pastor para lhe salvar de seus pecados e de sua condição perdida?
Deus também lhe oferece a oportunidade de voltar ao redil com ele. Você não
deve menosprezar a oportunidade.
A TOCHA DA
VERDADE. Vol. 1. Nº 4.
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