AMANHÃ
Harriet Beecher Stowe, em seu
livrinho “Cristo chega amanhã”, põe na boca de um banqueiro estas palavras,
ditas a sua esposa:
– Olha, querida, eu não tenho vontade
nenhuma de me encontrar com Ele. Se Ele quisesse, dar-lhe-ia três milhões de
dólares para a fundação de um hospital, se Ele quisesse aceitar isso para não
vir.
– Mas, responde a esposa, não é Ele o
nosso melhor amigo?
– Sim, mas eu não tenho vontade alguma
que Ele venha. Estás vendo esta pilha de títulos? Isto representa muitos
milhões. Isto hoje é meu, mas se Cristo vier amanhã, não valem mais coisa
alguma. Eu daria metade; daria mesmo tudo isto, se Cristo não viesse estes cem
anos.
Muitos se soubessem que Cristo viria amanhã, às 13 e ½ horas, pecariam até
as 13, exatamente como o fazem até chegarem à beira da sepultura.
Qual é o credo da incredulidade? Não há pecado, não há
vida futura, não há julgamento, não há Palavra de Deus. O homem é um simples
animal; portanto, toca a dar livre expansão às paixões, porque amanhã morreremos.
Quando o relógio da eternidade bater a hora da vinda de Jesus, então as Sodomas
modernas, aqueles que se banqueteavam às mesas da impiedade, indiferença e
pecado, hão de levantar-se horrorizados, como Baltazar, ao ver a mão misteriosa
escrevendo na parede; e hão de reconhecer com horror que Aquele que desprezaram
é o Senhor Todo Poderoso, que chega para julgá-los.
Como Jesus chorou sobre a cidade de Jerusalém,
assim chora sobre as cidades hodiernas, que recusam tomar conhecimento do que
mais conviria à sua paz. Como foi na primeira, assim será na segunda aparição.
Alguém disse muito apropriadamente: “Herodes prefere a companhia de Herodias;
Pilatos opta pela amizade César; Judas escolhe as trinta moedas; Israel prefere
Barrabás, e manda Cristo para o Calvário”.
Nosso Senhor brevemente vos chamará à
eternidade, Ele certamente vem, e não vem mais tarde do que devia vir.
Portanto, não descanseis sob as ruínas da vossa natureza imortal. Todas as
vossas riquezas se evaporarão pelo primeiro vento do mar eterno. Aquele que
pagou o incalculável custo da vossa regeneração tem esperado por longo tempo
que aceiteis a pérola de grande preço. Se a rejeitardes, vossa perda será
irremediável e eterna.
O Jornal
Baptista. Ano XVII, Nº 14.
Rio de
Janeiro-RJ, 5 de Abril de 1917, p. 1.
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