Era 1891, Belém, Pará, um missionário metodista de nome Justus Henry Nelson (1850-1937) editava o jornal “O Apologista Christão Brazileiro”. Neste mesmo jornal este missionário publicou dois artigos intitulados “A Cathedral do Pará” e “A Padroeira”, considerados pelas autoridades judiciárias do local como “ultraje” à religião oficial do país.
Assim começa a saga de intolerância: O Diario de Noticias, nº 121, datado de 3 de Junho de 1891 assim noticia numa pequena nota: “Ultrage a religião. O sr. dr. 1º promotor publico d’esta capital requereu hontem ao dr. Juiz de direito do 4º districto criminal que mandasse intimar a Justus H. Nelson para na primeira audiencia d’aquelle juiso apresentar os originaes de umas publicações insertas no Apologista Christão em que se ultraja a Religião Catholica Apostolica Romana.”
Após recurso impetrado pela promotoria, o missionário foi conduzido à prisão, como noticiado por O Democrata, nº 268, de 7 de Dezembro de 1892: “Justus Nelson. Foi recolhido hontem á cadeia publica o pastor methodista Justus H. Nelson afim de cumprir a pena a que foi condemnado pelo Tribuanal Superior de Justiça, por ter mais de uma vez offendido a religião catholica em lugares públicos e no seu jornal O Apologista Christão Brazileiro.”
Assim o missionário metodista foi condenado à três meses de prisão, após recurso feito por sua defesa, pois a condenação inicial havia sido de seis meses. Foi posto em liberdade em Abril de 1893.
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