Ilustração de: O Estandarte, Ano LXII, nº 23/24. São Paulo-SP, Dezembro de 1954
O Sr. Uttley deixou Buenos Aires por volta de Março deste ano, com o objetivo de chegar a Manaus, uma cidade que fica cerca de 1000 milhas da costa, situada no Rio Negro, afluente do Rio Amazonas. Seu propósito era descobrir como seria possível estender o trabalho da Sociedade Bíblica no Vale do Amazonas, uma região tão grande quanto metade da Europa, mas com uma população esparsa, que o Sr. Uttley estima não ser superior a meio milhão de pessoas.). Depois de uma viagem muito agradável de seis dias chegamos a uma cidade costeira muito importante da Bahia. [...]. Os colportores empregados pela Missão Batista em várias partes do Estado da Bahia receberam nossos livros com condições especiais, bem como ajuda para os seus gastos de viagens. A população é tão espalhada e a quantidade de pessoas que sabem ler é bem pequena, e este acordo que temos com a missão batista e presbiteriana para empregar seus próprios colportores, é um meio satisfatório de fazer circular as Escrituras sobre esta vasta área. O Rev. Salomao Ginsburg que veio a ocupar o lugar do Sr. Taylor, que por longo tempo dirigiu o trabalho batista nessa parte do Brasil, é um Constante vendedor de nossos livros, e sempre recomenda aos pastores nativos expandir seus trabalhos com a colportagem. Colportagem é uma importante parte do programa missionário da Igreja Batista lá, e não há outro campo que receba tanta atenção dos nossos missionários quanto esse. Deixamos a Bahia, com uma charmosa cercania tropical, num tempo muito bom, mas logo começamos a sentir que estávamos nos aproximando da Linha do Equador. O sol batia forte, direto na cabeça, as brisas estavam muito quentes, e as noites mais desconfortáveis. Nosso próximo desembarque foi em Pernambuco. Como este estado é de trabalho exclusivo da Sociedade Bíblica Americana, minha visita lá foi só por causa de ter que esperar outra embarcação para o Pará. Embarquei num navio cargueiro, e descobri que os únicos passageiros era eu e 80 gregos e seis espanhóis na embarcação. Em 10 de Abril chegamos ao Pará, lugar que eu deseja visitar a uns 10 anos. No vapor que pairava sobre a foz do rio, avistamos a cidade à distância. [...]. Tempestades tropicais caem quase toda a tarde durante o ano. [...]. Minha visita ao Pará foi então por um propósito muito diferente da vislumbrar a paisagem tropical. Em primeiro lugar, eu estava ansioso para ver nosso colportor, o Senhor Antonio Bello Lima e conversar com ele sobre o seu trabalho. Sabia de antemão que era um colportor consciente e calmo e também um verdadeiro cristão... Ele é o organista da pequena Igreja Batista e um dos diáconos. Ele é também um verdadeiro missionário, e um grande vendedor de Bíblias. Soube que ele estava alcançando as classes médias e baixas ao visitar suas casas. [...]. No meu retorno do Pará ao Amazonas, onde tive mais uma vez a companhia do Sr. Lima, descemos a uma parte das docas onde vimos um grande número de barcos pequenos, alguns bem menores que canoas, que sobem e descem o Rio Amazonas. Homens e mulheres carregam estes barcos com todo tipo de produtos para levar para os seus lares. Neste dia um barqueiro veio até meu amigo enquanto estávamos esperando, e disse: “Quero duas bíblias para levar comigo.” Soube que este tipo de acontecimento era quase diário. [...]. O Sr. Lima vendeu uma grande quantidade de bíblias para estes barqueiros. Assim as Escrituras estão sendo levadas para as regiões remotas e quase inacessíveis da floresta, para serem lidas por pessoas que absolutamente não tem outro ministério espiritual. – 'Bible in the World.'" Extraído de: The Maitland Mercury, 28 de Dezembro de 1911, p. 2/Acervo Biblioteca Nacional da Austrália
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