Fonte da gravura: O Mensageiro Luterano, Janeiro/Fevereiro de 1983, p. 42
“Em janeiro de 1521, o papa declarou Lutero herege e o excomungou. Isso significava que ele, à semelhança de um galho morto, decepado da árvore, estava “decepado” da igreja. Seus livros foram queimados e os seus seguidores foram exortados a abandoná-lo. Aleander, o mensageiro do papa na Alemanha, tentou conseguir que o novo imperador, Carlos V, declarasse Lutero um fora-da-lei. Se isso fosse feito, Lutero seria caçado e morto como um animal.” (O Mensageiro Luterano, Janeiro/ Fevereiro de 1983, p. 42)
Em 26 de Março de 1521 Lutero recebe em Wittemberg a citação e um salvo-conduto (habeas corpus preventivo) para ir até à Dieta (assembleia política alemã). O rei Carlos V queria “saber mais de Lutero, de seus livros e suas ideias” que andavam agitando o mundo político e religioso da época.
A citação de Lutero: “Carlos, por graça de Deus, Imperador Romano eleito, em todos os tempos aumentador do Reino, etc. Honrado, amado, pio! Depois de Nós e os Estamentos do Sacro Império, que agora aqui estão reunidos, nos havermos proposto e decidido, por causa das doutrinas e dos livros que há algum tempo foram por ti publicados, tomar informações de ti, concedemos a ti, para até cá vires e daqui novamente até tua segura custódia (voltares), livre e direta garantia e escolta Nossa e do Reino, a qual com o presente te enviamos; com o desejo de que te ergas com presteza para que com toda a certeza estejas ante nós nos vinte e um dias previstos em nosso salvo-conduto e para que não faltes e também não temas nenhuma violência e nenhuma injustiça; pois durante o prazo previsto queremos proteger-te decididamente e confiar, enfim, na tua vinda, e com isso cumpres Nossa séria intenção. Dado em Nossa e na do Reino cidade de Worms, no sexto dia do mês de março, ano etc. 1521, de nosso Reinado no segundo ano. Por ordem do Senhor Imperador, Carolus Alberto de Mainz, Cardeal, Chanceler-Mór do Reino, assinou de próprio punho. Niclas Ziegler.”
Em 17 de Abril de 1521 Lutero compareceu perante a Dieta de Worms.
“A despeito dos fundados temores de seus amigos, lá compareceu, e compareceria, dizia ele, ainda que lá houvesse tantos demônios quantas telhas sobre as casas. Intimado a retratar-se, proferiu, perante o Imperador e os altos dignitários do Império, eloquente discurso, terminando com estas célebres palavras: ‘Refutai-me, pois, e convencei-me pelo testemunho das Santas Escrituras, em argumentos claríssimos, do contrario não posso e não quero retratar-me, pois não é seguro nem prudente agir contra a consciência.’” (O Problema Religioso da América Latina, Eduardo Carlos Pereira, 1920, p. 29-30)
Em Worms, Lutero não se intimidou e nem desistiu da Reforma. O interrogatório de Martinho Lutero em Worms durou até 26 de Abril e Carlos V temeu aplicar qualquer punição a Lutero, visto que o Reformador desfrutava do apoio do povo e o rei temeu uma grande revolta se tocasse na vida de Lutero.
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