“Eram por demais criticas as circumstancias em que então se achava Luthero. Chamado a comparecer perante a Dieta de Worms, composta de mais de duzentos personagens, entre os quaes estavam o imperador Carlos V, seu irmão, muitos príncipes, condes, cardeaes, arcebispos e bispos, para ser julgado e condemnado. Que fazer o pobre frade? [...]. Luthero estremece; acha-se muito pequeno para affrontar uma das assembleias mais respeitaveis, de que falla a historia. [...]. Depois de um momento de silencio e de lucta comsigo mesmo, continua assim: “Aonde estás, Senhor? Aonde, Deus meu? Vem: estou prompto: estou resignado a morrer em defeza da tua verdade, manso como um cordeiro. Eu não me apartarei de ti, nem agora, nem na eternidade. E ainda que o mundo estivesse cheio de demonios, ainda que o meu corpo, que não obstante é obra das tuas mãos, deverá morder o pó da terra, esquartejado, redusido a cinzas, a minha alma pertence-te. Tenho como garantia segura a tua Palavra; é ella quem m’o testifica. Minha alma pertence-te: ella habitará, um dia, comtigo na feliz eternidade. Amen! Oh Deus socorre-me! Oh Deus! sê o meu escudo. Amen. É por aqui que se deve julgar a Luthero e a sua obra! Eis-aqui Luthero; eis-aqui o protestantismo!” Extraído de: A Reforma, nº 22, 10 de Novembro de 1883, p. 175
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