Thirza ou a força atractiva da cruz

 

Thirza ou a força atractiva da cruz (Thirza or attractive power of the cross), autoria do Reverendo Herman Ball, tradução do alemão para o inglês por Elizabeth Maria Lloyde (1812 ou 1813–1869). Este romance evangélico saiu publicado no Brasil nas páginas do jornal Imprensa Evangelica entre os anos de 1864 e 1865. A tradutora Elizabeth Maria Lloyde (1812 ou 1813–1869) foi missionária na Síria, e era filha de Hannibal Evans Lloyd (1770–1847), uma filologista e tradutor e sua esposa Lucy Anna Margaretta von Schwartzkopff (1782 ou 17833–1855). 
 
"Tornou-se logo para mim uma cousa decidida, que Jesus era o Salvador promettido, e Rei de Israel. Por este lado me tinha eu arranjado, mas meus peccados se tornavao cada dia maiores e mais horrorosos para minha alma. Eu creio que Jesus pôde salvar os peccadores; mas ah! Foi Elle vindo tambem para mim? 
 
"Minha cara Thirza! seja-vos bemdita a graça do Deus de vossos pais!" — interrompeu-a a Pastora que tinha seguido a sua narração com o mais vivo interesse, e O Senhor Jesus, o Bom Pastor, seguio-vos no deserto e procurou a ovelha perdida e — não é verdade? — achou-a." — Ah! eu sentia as vezes em meu coração tanta consolação a paz, quando podia demorar-me no pensamento de que Jesus tomou também sobre si os meus peccados. Eu podia então muito bem orar a Elle de coração. Oh! eu não o esqueço na minha vida, como senti coragem, quando pela primeira vez dobrei os meus joelhos em Nome de Jesus, e de um coração assim transportado de amor, pude á Elle de tudo queixar-me e tudo dizer, corno se Lhe tivesse fallado pessoalmente. Senti-me inteiramente alliviada.Cançada e opprimida cheguei-me á Elle e Elle me recreou com a consolação da remissão dos peccados. 
 
Foi no domingo que pela primeira vez estive aqui na Igreja. Oh como foi abençoado para meu coração o sermão! e igualmente os sermões que se seguirão; foi como se o Pastor só para mim os tivesse pregado. Se eu pudesse apropriar-me tao bem a consolação da remissão dos peccados; mas hoje agora — ah! a palavra de maldição!" — Maria interrompeu-a com a pergunta: "O que deu-vos occasião para vir a Igreja? "— Uma direcção toda particularmente gratuita da parte de Deus, penso" — respondeu Thirza — "sobre tudo quando contemplo seu grande e por mim não merecido amor para commigo. Eu tive logo, quanto mais a verdade de Deus se fortificava em meu coração, uma grande necessidade, de ouvir ainda uma vez sobre isso um testemunho vivo. A ninguém podia descobrir-me então; eu me não atrevia nem conhecia também alguém. Mas foi sempre o meu mais vivo desejo, poder assistir uma vez ás escondidas e furtivamente a um culto — divino — christão. Observei então uma vez que passeava de carro com meu pai vossa tão agradavelmente situada Igreja, no silencioso suburbio, e veio-me ao mesmo tempo este pensamento: alli irás tu ao domingo; lá estarás segura, que ninguém te conhece." Imprensa Evangelica, nº 16, 17 de Junho de 1865, p. 3.

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