A filha do vaqueiro

 

Ilustração: The Dairyman's Daughter de Legh Richmond, Edição da Methodist Episcopal Church, South, 1851

     Dairyman’s Daughter é um dos maiores clássicos da literatura evangélica escrito pelo Reverendo Legh Richmond (1772-1827). O Imprensa Evangelica, a partir do nº 8 de 17 de Abril de 1869 apresenta ao público brasileiro esta história com o nome de “A filha do vaqueiro”. O nome da filha do vaqueiro era Elizabeth Wallbridge (1771-1801), filha de Joseph e Elizabeth Wallbridge. 

     Conta-se que: “Uma senhora foi ao Depósito de folhetos comprar alguns livrinhos, e fixou seus olhos no ‘Dairyman’s Daughter,’ e ficou observando-o, enquanto lágrimas caíam de seus olhos, “Devo todas as minhas esperanças pelo céu ao ler este livrinho.” (American Tract Magazine, Vol. III, nº 10, Outubro de 1828, p. 139). Num Domingo, um capelão não pôde embarcar, então foi pregar na congregação local. Elizabeth, toda vaidosa com seu vestido novo, pediu permissão à patroa e foi assistir ao culto evangélico. A intenção maior de Elizabeth era exibir seu vestido novo e satisfazer a curiosidade de ver como era um culto evangélico. “Muitos me aconselharam que deixasse de ir ao sermão, temendo que eu ficasse com a cabeça perturbada; porque, segundo diziam,  o ministro que devia pregar tinha noções extranhas.  Porém a curiosidade e o desejo de mostrar um vestido novo que eu tinha, me induziram a pedir licença para ir. Em verdade não tinha outro objecto senão a vaidade e a curiosidade. Comtudo assim agradou a Deus ordenal-o para sua gloria.” (Imprensa Evangelica, nº 10, 15 de Maio de 1869, p. 76).

    A pregação do ministro foi em 1 Pedro 5:5: “...revesti-vos de humildade...”. Assim Elizabeth narrou essa experiência: “O ministro afinal leu o texto: “Vesti-vos com humildade”. Fez uma comparação entre os vestidos do corpo e os da alma. Não só tinha adiantado muito no sermão, quando principiei a exprobrar-me por causa de minha paixão pelos vestidos finos; porém quando o ministro chegou a descrever a vestimenta da salvação, de que todo o christão deve estar vestido, senti a nudez de minha alma, inteiramente destituida daquella humildade de que fallava o texto, e muito longe de possuir ainda a mais ligeira parte do vestido do verdadeiro christão. Olhei para meu bello vestido e arrependi-me de meu orgulho. Olhei para o pregador, e me pareceu um mensageiro enviado do céu para me abrir os olhos. Olhei para a congregação e desejava saber se alguma outra pessoa se sentia como eu. Olhei para meu coração e me pareceu cheio de iniquidades. As palavras do pregador me faziam tremer, e contudo meu  coração se sentiu attrahido  pelo que elle dizia. Explicou a riqueza da graça divina, revelada nos meios que Deus foi servido empregar para salvar o peccador; fiquei assombrada de tudo o que tinha feito durante minha vida. Descreveu o manso, submisso e humilde exemplo de Jesus-Christo. Eu era orgulhosa, altiva, vã e amiga da pompa. Representou a Christo como sabedoria e eu senti-me na ignorância. Elle o apresentou como a rectidão, eu estava convencido do meu delicto. Patenteou que era na santificação e eu vi minha corrupção. Elle proclamou a Christo como a redempção e eu senti minha servidão ao peccado e que era escrava de satanaz.  Concluio seu discurso dirigindo-se aos peccadores, exhortando-os a fugir da ira vindoura, a deixar o amor aos ornamentos estereis, a confiar só em Christo para a salvação e a vestir-se da verdadeira humildade.” (Imprensa Evangelica, nº 11, 5 de Junho de 1869, p. 82).

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