Ilustração extraída de: Cassilda de Hesba Stretton. Adolpho Modesto e Cia. Impressores: Lisboa, Portugal, 1890, p. 86
Cassilda (Cassy) de Hesba Stretton (1832–1911) narra a história de Cassilda, uma jovenzinha que após a morte de sua mãe, foge do rancho de seu pai alcóolatra que lhe batia e nenhuma provisão trazia para casa. A mãe de Cassilda havia sido lavadeira de roupas do tio Simão, que era dono de uma caravana. Quando fugiu pela floresta, Cassilda pediu a tio Simão que cuidasse de seu cachorrinho Bijou, pois iria para a cidade tentar arranjar uma casa onde poderia trabalhar como doméstica. Mas os dias se passaram e nenhuma oportunidade surgiu para Cassilda. Um garotinho chorando numa escadaria chamou a atenção de Cassilda: era Chico Alves que havia fugido de casa, pois o seu pai também era alcóolotra e tratava mal a família. Cassilda saiu pelas ruas procurando a casa de Chico Alves até que encontrou o "Afamado Salão de Barbear", que pertencia ao Sr. Alves, pai de Chico e que era afamado apenas no nome, pois o Sr. Alves se dava à bebedice e não conseguia trabalhar. Assim Cassilda viu a oportunidade e pediu à Dona Joaquina, esposa do Sr. Alves emprego e foi admitida. Mas, a vida da jovenzinha não foi fácil. Na casa ainda havia um homem bem idoso, que era o Sr. Alves pai. O Sr. Alves pai disse à Cassilda: "cá temos mais uma peregrina, com o seu pequeno fardo!". Com o Sr. Alves pai, Cassilda conheceu a obra O Peregrino de John Bunyan e assim aprendeu valiosas lições de fé. Um belo dia o Sr. Alves filho foi tentar a vida na América e abandonou D. Joaquina, seu filho Chico Alves e o seu velho pai. Quando o Sr. Alves pai faleceu, Dona Joaquina fugiu com o seu filho Chico Alves e deixou Cassilda sozinha, mas o tio Simão apareceu e levou a jovenzinha para morar na caravana. Tio Simão possuía certas deficiências e as pessoas zombavam dele. Certo dia abriu uma caixa onde estava a Bíblia de sua mãe e começou a lê-la para Cassilda, que passou a compreender melhor as passagens de O Peregrino de John Bunyan e Tio Simão voltou o seu coração para Deus, pois o seu coração estava longe do Criador devido aos sofrimentos e humilhações que sofreu por suas deficiências físicas. Cassilda relatou ao Tio Simão o seguinte: "Jesus Christo fez-se similhante a nós, excepto no peccado; sentiu cançaço, passou fome, foi odiado pelos homens, e por fim, soffreu a morte affrontosa da cruz; pregaram lhe as mãos e os pés, escarneceram-n'o, e deixaram-n ’o morrer assim, de todo desamparado! Que dôr que eu sinto no coração ao pensar em tal! - Foi, d‘esse modo, que Elle mostrou o grande amor que tinha por nós - disse o tio Simão." (Cassilda de Hesba Stretton. Adolpho Modesto e Cia. Impressores: Lisboa, Portugal, 1890, p. 87)
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