Foto: Capa do livro Aventuras com a Bíblia no Brasil de Frederick Charles Glass, Casa Editora Evangélica
"A Sociedade Biblica Britanica começou a propagar a Biblia em português em 1809. Antes de 1822, anno da Independencia do Brasil, muitos exemplares foram semeados no país, por negociantes ingleses. Em 1822, uma remessa de 2.000 Biblias e Novos Testamentos chegou a Pernambuco, entrando livre de quaesquer direitos alfandegários, e foram todos os exemplares immediatamente comprados. Entre 1835 e 1854 foram espalhados 3.000 exemplares desde o Rio ao Pará. O primeiro representante da Sociedade no Brasil chegou aqui em 1856, e dois annos foram gastos em uma propaganda proficua nas cidades principaes do litoral entre Porto Alegre e Pará. Minas tambem foi visitada, indo o representante até ali com animaes carregados de Biblias. Pelo anno de 1865 desdobrou-se no Brasil o trabalho de colportagem, sendo em numero de doze os homens da nobreza bíblica que andavam pelos Estados, offerecendo a todos a Palavra de vida. A propaganda intensa provocou, como era natural, grande hostilidade da parte dos padres, que procuravam o apoio da lei para porem fim á venda das Escripturas. A lei, porém, facultava acção livre quanto á divulgação da Biblia e os padres pouco podiam fazer. Nesse tempo a versão de Figueiredo era d grande utilidade na propaganda, pois, sendo uma traducção da Vulgata Latina e trazendo no frontespicio a approvação da rainha Maria e a do arcebispo de Lisboa, o povo a comprava com mais confiança.
De 1865 a 1869 a circulação foi apenas de 19.000 exemplares, mas no lustro a seguir subiu a 54.000. A propaganda ia triumphando. Nos 23 annos da gerencia do rev. João M. G. dos Santos, isto é, de 1879 a 1901, foram distribuídos 400.000 volumes, um crescendo bem accentuado, e nos 15 annos do rev. Uttley movimento accusou uma média por anno de perto de 70.000, sendo o total mais de um milhão de exemplares. A circulação actual é de 100.000 por anno, sendo que a sahida total das Escripturas no Brasil, por parte da Sociedade Britanica, é de cerca de dois milhões e meio.
A Sociedade emprega aqui os serviços de alguns colportores, por ella de todo mantidos, e tambem se aproveita da cooperação de vários pastores e missionarios na propaganda da Palavra impressa. Procura alcançar o maior numero possivel de pessoas nos lugares mais afastados dos centros, como em Goyaz e Matto Grosso. Em ambos esses Estados, desde 1903, têm sido feitas grandes viagens de colportagem sob os auspicios da Sociedade.
A Sociedade Britanica mantem uma sub-agencia na Amazonia, sendo o seu representante ali o Sr. Beckett. Para o serviço fluvial daquella região possue dois barcos com accommodações para os colportores, e espera-se que uma lancha a gazolina, para um trabalho mais extensivo, esteja prompta até ao fim do anno. Está sendo construída em Manaos. Nos últimos annos os seguintes rios no norte do país têm sido visitados com as Escripturas: Oyapock, Amazonas, Guamá, Mojú, Gurupy, Tocantins, Tapajós, Xingú, Trombetas, Madeira, Negro e Solimões. A Bíblia tem sido levada até ás fronteiras da Guyana Francesa, da Venezuela, do Perú e Bolivia, por via fluvial. No sul e no centro os colportores têm ido até ás fronteiras do Uruguay, Argentina, Paraguay e Bolivia.
Desde 1903 existe um plano de cooperação entre a Sociedae Biblica Americana e a Brtiannica, aceitando esta a responsabilidade pelo supprimento dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catharina, a maior parte do Estado de Minas e Rio de Janeiro, Espirito Santo, Bahia e Sergipe, e trabalhando, conjuntamente com a primeira, nos Estados de Amazonas, Pará, Matto Grosso e Goyaz. Nas zonas confiadas aos seus cuidados a Sociedae Britannica tem procurado corresponder á expectativa da igreja evangelica e ás necessidades do povo. Não tem podido fazer mais, devido ao limite imposto pelo estado financeiro da Sociedade.”
Extraído de: Jornal Batista, Ano XXVI, nº 45, 11 de Novembro de 1926, p. 14
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