Orfanato Lar das Flores (Blossom Home)

 

                    Foto: pequena órfã do Lar das Flores (Blossom Home), publicado em The Christian Herald, 14 de Outubro de 1908, p. 816

"O Lar das Flores para Crianças Órfãs, localizado em São Paulo, Brasil, tem encerrado seu quarto ano de trabalho com grande alegria e satisfação. Lembro-me de duas promessas que foram dadas a mim em 1902, enquanto lia a minha Bíblia num trem elevado na cidade de Nova Iorque, antes de embarcarmos para o Brasil: ‘Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra e, verdadeiramente, serás alimentado.’ Salmo 37:3. ‘Assim, os apascentou, segundo a integridade do seu coração, e os guiou com a perícia de suas mãos.’ Salmo 78:72. Lembrei-me duma experiência enquanto vivíamos no interior do Estado da Bahia. Éramos estrangeiros numa terra estrangeira. Nosso dinheiro estava quase acabando. Tínhamos comido nossa última refeição, e não havia mais comida em casa. O que poderíamos fazer? Por volta de 3 horas da tarde alguém bateu levemente na parte da frente da janela. Ao abri-la, vi um estrangeiro à cavalo, vindo do litoral para sua fazenda. Um missionário amigo, sabendo que ele iria passar pela nossa porta, pediu ao estrangeiro que entregasse uma carta para nós. Não havendo ferrovia, foi o único jeito de enviar uma carta para nós. Ao abrir a carta vi que havia o equivalente a dez dólares do nosso dinheiro. Vocês podem imaginar que houve corações gratos nesta casa aquela noite. Quando era pobre, faminta e à beira da morte, Maria das Flores, nossa florzinha brasileira, foi trazida a nós pela sua mãe acometida de loucura, e olhamos para a mão dela que pareciam garras, olhos fundos, e corpo emagrecido, pouco sabíamos que seria o início de mais fé da nossa parte. Deus ouviu, e o corpo quase morto ficou bem e forte. Não mais havia mãos como garras de pássaro, e dia após dia ela entrou em nossos corações, e, então, quando o tempo veio de deixar a Bahia e ir para São Paulo, sentimos que deveríamos levar o bebê conosco. Por meio do resgate dela, Deus pôs em nossos corações o trabalho de salvar outras crianças desamparadas no Brasil. Como resultado desta resolução, nossas vidas têm sido dedicadas a este serviço para o Mestre: o Lar das Flores para Crianças Órfãs, que durante os quatro anos de sua existência, agrega trinta e quatro meninos e meninas, de quinze meses a dezessete anos de idade, por quem somos responsáveis até ficarem de maior. [...]. CARL W. COOPER, São Paulo, Brasil" Extraído de: The Christian Herald, 17 de Junho de 1914, p. 594

Comentários

  1. Que preciosidade! Sabe quem é a menina da foto? Seria a primeira menina adotada pelo casal Cooper?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Provavelmente é a Luiza, a menina adotada pelo casal de missionário Carl Cooper e Sara Cooper. A edição da Revista The Christian Herald só traz a foto com a legenda Little Blossom.

      Excluir
    2. Quem é a Luiza? Gostaria de saber mais. Tive o grato privilégio de conviver de perto com Carl William Cooper, que sempre chamávamos de Daddy. Eu o tenho como sendo o meu avô norte-americano. Já o meu avô paterno, que é brasileiro, foi cooperador e trabalhou muito no/para o Blossom Home. Meu pai estudava na Escola do Blossom Home, uma escola modelo que ensinava também música instrumental e Inglês, o que deixava seus alunos em condições de vantagem em relação a outras escolas até mesmo pagas. Meu pai foi um dos primeiros intérpretes a trabalhar voluntariamente para o Daddy. Além disso, meu pai tornou-se violinista e regente de coral e formou-se em Letras, Pedagogia e Direito. Atuou sobretudo como professor de Inglês e Português. Não cheguei a conhecer a Mother Cooper, mas meu pai dizia que ela era uma mulher angelical. Conheci também a Blossom, a Tia Blossom, a primeira menina que Daddy e Mother Cooper adotaram. A menina da foto me lembra demais a Tia Blossom.

      Excluir
  2. Quem é a Luiza? Gostaria de saber mais. Tive o grato privilégio de conviver de perto com Carl William Cooper, que sempre chamávamos de Daddy. Eu o tenho como sendo o meu avô norte-americano. Já o meu avô paterno, que é brasileiro, foi cooperador e trabalhou muito no/para o Blossom Home. Meu pai estudava na Escola do Blossom Home, uma escola modelo que ensinava também música instrumental e Inglês, o que deixava seus alunos em condições de vantagem em relação a outras escolas até mesmo pagas. Meu pai foi um dos primeiros intérpretes a trabalhar voluntariamente para o Daddy. Além disso, meu pai tornou-se violinista e regente de coral e formou-se em Letras, Pedagogia e Direito. Atuou sobretudo como professor de Inglês e Português. Não cheguei a conhecer a Mother Cooper, mas meu pai dizia que ela era uma mulher angelical. Conheci também a Blossom, a Tia Blossom, a primeira menina que Daddy e Mother Cooper adotaram. A menina da foto me lembra demais a Tia Blossom.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Luiza na realidade é o nome da mãe da criança, que o casal Cooper adotou, o nome da menina era Maria das Flores. A história da menina foi publicada no The Christian Herald, 17 de Junho de 1914, p. 594. Leia neste link: https://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=mmet.ark:/13960/t0ns2d879&view=1up&seq=600&skin=2021&q1=Blossom

      Excluir

Postar um comentário