“No caminho para Anicuns estávamos bem, mas fomos açoitados pelo frio. Dormir estava fora de questão na primeira noite, e quando conseguimos dormir, deitamos amontoados entre nossos pertences... Na chegada, encontramos uma pequena casa de três cômodos, varrida e pronta para nós, pela bondade do irmão Benedicto Peixoto. Aqui, fomos logo recebendo visitantes, e fazendo conhecido o Evangelho, como Paulo, em nossa casa alugada. Fizemos um requerimento para usar a sala do fórum para as nossas reuniões, e ficamos cientes da oposição da parte do prefeito, que levou dois dias para publicar sua decisão, e, então se recusou a deixar-nos usar a sala. Contudo, o homem mais importante do lugar deu sua aprovação, e, mais tarde, foi às nossas reuniões. Ao meio-dia de Domingo a pequena frente da nossa casa ficou lotada de pessoas, então começamos e realizamos a nossa primeira reunião. Às 5:30 da tarde realizamos nossa segunda reunião na praça, em frente ao fórum, e as pessoas se voltaram para nos ouvir. Por cinco noites consecutivas continuamos nossas reuniões na pequena sala da nossa casa... Nosso órgão mostrou ser uma grande atração... Depois fomos à Nazário, uma de vila que tem umas vinte casas, chegando ao cair da noite. O diretor da escola fez a sua parte muito bem, pois o povo das fazendas vizinhas estava esperando a nossa chegada, e logo a casa ficou cheia... Muitas pessoas vieram no dia seguinte, Domingo, e as reuniões foram excelentes... O Evangelho nunca fora pregado em Nazário... Tivemos muitos inquiridores sinceros, mas somente duas conversões reportadas: o diretor da escola e sua esposa. O pedagogo recebera um Novo Testamento de John Boyle, um missionário americano, que partiu para a glória, cerca de vinte anos atrás, e conheceu a verdade por meio deste Novo Testamento. Ficou deleitoso quando demos um Evangelho para cada um de seus garotos. De Nazário fomos para o Alemão, onde descobrimos um bom amigo em Antonio F. de Moraes. Antonio nunca encontrara um pregador, ainda que se tornara um crente há muitos anos atrás por meio da leitura da Bíblia. Ficamos muito impressionados com a sinceridade dele, e as provas de sua conversão eram muitas. Quando, então, pediu o batismo, não podemos recusar. A cerimônia tomou lugar no segundo dia após a nossa chegada, no pequeno córrego que corre pela cidade. Seus seis filhos foram dedicados ao Senhor no mesmo dia. Antonio deu a todos eles nomes bíblicos, e os conduz no temor a Deus. Tivemos duas reuniões esplêndidas, e o sucesso também se deu principalmente pelo Senhor Antônio que arrumou tudo para nós, e deleitou-se que o Evangelho fora pregado nesta cidade pela segunda vez. A primeira ocasião foi por volta de vinte anos antes, por John Boyle. Contamos 150 presentes na segunda reunião. Muito interesse foi demonstrado. Até mesmo o padre veio e ouviu pelo lado de fora... Na partida, o Senhor Antônio expressou a esperança de que logo formaria um grupo de crentes no Alemão... No caminho de volta realizamos outra reunião em Nazário. Perdemo-nos no caminho, e chegamos muito tarde, mas o diretor da escola andou pela vila por volta das 9 da noite e reunião o povo para a reunião de despedida por volta das 10 horas... No dia seguinte fomos para Capelinha onde tivemos duas reuniões. O lugar tem cerca de vinte casas, mas só seis é habitada... O distrito que cobrimos provavelmente se tornará a nossa estação distante mais importante, e estamos persuadidos que só precisa ser visitado para que mais almas sejam ganhas para Cristo... Vendemos todas as Bíblias que levamos conosco e sabemos que a boa semente brotará para a vida eterna.”
Extraído de: Revista South America,Vol. II, nº 15, Julho de 1913, p. 68-69
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