Ashbel Green Simonton (1833-1867)

 

Foto: The Brazilian Bulletin, nº 1, 1898, p. 79

O Rev. Ashbel Green Simonton, filho mais novo do Dr. William e Martha (Snodgrass) Simonton, de West Hanover, Pensilvânia, nasceu em 20 de Janeiro de 1833. Seu pai e avô paterno eram médicos e homens notáveis. Sua mãe foi a segunda filha do Rev. James Snodgrass, que foi por cinquenta e oito anos pastor da Igreja Presbiteriana de Hanover em Dauphin County, Pensilvênia. Ela se casou com o Dr. William Simonton em 1815. Quando Ashbel foi batizado, seu pai, que era um fervoroso admirador do falecido Rev. Ashbel Green, um dos presidentes de Nassau Hall, hoje Universidade de Princeton, deu-lhe o nome do bom homem, ‘na esperança,’ como ele expressou ‘de que seu filho, algum dia, se tornasse um Dr. Green.’ Sua educação começou na Academia de Harrisburg, Pensilvânia. Depois de completar seus exames preparatórios, ingressou em Princeton, onde fez um curso completo, e se graduou em 1852. Seu conhecimento estava muito acima do nível comum. No outono do mesmo ano, foi para o sul com seu irmão James, e assumiu o comando de uma escola para meninos em Starkville, Mississippi, onde ensinou com muito interesse e sucesso por um ano e meio. Durante este período, se tornou muito querido para seus patronos e alunos, e fez conhecidos e amizades que foram posteriormente renovados no Brasil, América do Sul. Retornou em 1854 para Harrisburg, Pensilvânia, onde a família residia, e iniciou o estudo de Direito. Passamos pelo interessante período de sua conversão, seu abandono do curso de Direito e o ingresso no estudo de Teologia no Seminário de Princeton, sua licenciatura e solicitação ao Conselho de Missões Estrangeiras. Sua nomeação para o Brasil foi feita, e foi ordenado em 14 de Abril de 1859, partindo para seu novo campo de trabalho, chegou ao Rio de Janeiro em 12 de Agosto de 1859. Foi calorosamente recebido pelo pequeno grupo de famílias inglesas e americanas, e por comerciantes a quem trouxe cartas. Enquanto aprendia o português, primeiro requisito para ser capaz de alcançar os nativos do Brasil, passou a trabalhar entre os marinheiros ingleses e americanos que frequentavam o porto em grande número, pregando a frequentemente. [...]. Em 1861, começou uma classe bíblica e, logo depois, um culto à noite durante a semana. Em Janeiro de 1862, organizou uma igreja, e a Ceia do Senhor foi administrada pela primeira vez. Três pessoas foram recebidas em profissão de fé, entre elas um português. Os cultos eram agora conduzidos em português. O culto em inglês era celebrado pelo Rev. F. J. C. Schneider, que fora enviado em 1861. Rev. A. L. Blackford e esposa, que era irmã do Sr. Simonton, chegaram em 1860. Em 1860 fez uma longa viagem pelo interior, explorando a então província de São Paulo, distribuindo Bíblias e folhetos onde quer que fosse. Relatou ao Diretório suas observações e informou fazer de São Paulo o centro de trabalho para aquela parte do Brasil. No final do final de 1862, fez uma visita aos Estados Unidos. Foi durante essa visita que conheceu a Senhorita Helen Murdock, filha de William. F. Murdock, de Baltimore, com quem se casou em 19 de Março de 1863. Navegou com sua esposa para o Rio em 23 de Maio de 1863, local em que chegou em 16 de Julho. [...]. No dia 9 de Agosto houve oito adições à igreja no Rio, quatro delas brasileiras. O trabalho agora estava bem iniciado e foi considerado sensato expandi-lo. O Sr. Blackford e esposa, então, foram para S. Paulo... Em Junho de 1864, foi chamado a sofrer a perda de sua esposa, que faleceu, deixando-lhe uma filha pequena... O jornal Imprensa Evangelica surgiu e iniciou-se uma discussão sobre liberdade religiosa, que desafiou a admiração de estudiosos e estadistas... Seu domínio do português era maravilhoso. Os sermões pregados durante este período entraram na literatura do país como modelos de expressão e raciocínio. A princípio, os órgãos católicos romanos não prestaram atenção ao pequeno jornal protestante, mas logo descobriram que tinham um oponente que chamava atenção. O trabalho em S. Paulo prosperou. Em 1865, fez uma longa viagem pela província e outras partes, onde seu trabalho produziu um grande bem. [...]. Durante uma visita a sua irmã e sua filhinha em São Paulo, em Novembro de 1867, adoeceu e passou para o serviço mais alto em 9 de Dezembro de 1867.[...]. Então faleceu o pioneiro da Missão Presbiteriana no Brasil.”

Extraído de: The Brazilian Bulletin, nº 2, Setembro de 1898, p. 98-100

 

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