Morris Bernard em Conceição do Rio Verde, Minas Gerais

  

Capela da Igreja Cristã Evangélica em Conceição do Rio Verde-MG

Foto: Revista South America, Vol. III, nº 10, Fevereiro de 1915, p. 200

“No último ano tive o privilégio e prazer de passar três semanas de missão em nossa aconchegante capelinha, na vila de Conceição do Rio Verde, doze horas de trem a noroeste de São Paulo, uma das mais velhas estações em nossa Missão brasileira, e, onde por vários anos fui pastor. A primeira construção que chama a atenção quando alguém entra na cidade é a bela capelinha ao lado da estrada. A Missão, assim como os crentes de lá, tem motivos para louvar a Deus, porque este lugar é nossa propriedade, e não há mais necessidade de pagar aluguel. Irmão Galdino, o pastor brasileiro encarregado, vive com sua esposa e sua família na casa construída atrás da capela... Uma semana antes da viagem missionária, o salão ficou superlotado de gente, que, pela curiosidade, foram ao culto especial de Natal, e assim assistiram ao seu primeiro culto evangélico. Aquela reunião trouxe boa impressão e ajudou no retorno às nossas reuniões especiais... Tivemos a sorte de ter conosco durante as primeiras duas semanas, duas senhoras como ajudantes: Miss Eustis e Miss McKilligan, professoras da Escola Americana em São Paulo. A presença e a ajuda delas, especialmente na parte musical, foi uma bênção de Deus. As reuniões aconteceram todas as noites, exceto no Sábado, e por duas semanas, noite após noite, tivemos a alegria de contar a mensagem do Evangelho ao povo, e alguns nunca estiveram em nosso salão antes. Várias vezes, enquanto as reuniões aconteciam, fiz o convite para virem a Cristo. O pai de uma grande família, cuja esposa já era crente, demonstrou sua intenção, diante da congregação, de começar uma nova vida... Irmão Galdino, as duas senhoras, e eu fomos visitar a distante estação de Catiguá, indo de trem, e então mais quatro milhas à cavalo. Pegamos o pequeno órgão e fizemos nossa primeira reunião à noite numa casa na fazenda, no lar de Dona Irene, uma convertida que era cega. O povo interiorano, com suas roupas de trabalho e pés descalços, reuniram-se para ouvir o Evangelho. Depois, visitamos o povo em suas casas, e, para nós, foi uma lição de humildade ver a fé simples no Senhor Jesus no meio de profunda pobreza. O dia seguinte foi de muita ocupação para nós: uma reunião num destes humildes lares às 9 da manhã e outra reunião no lar da Dona Irene às 11 da manhã. Então tivemos que ir embora a cavalo até a estação para retornar a Conceição. Enquanto esperávamos pelo trem na estação, abrimos o órgão e cantamos vários hinos para a pequena multidão reunida ao nosso redor, e apreciaram muitíssimo. Tivemos uma boa reunião ao ar livre antes da reunião à noite na capela, totalizando cinco cultos, todos havidos naquele dia. No último dia de missão, um bom número reuniu-se conosco no rio, quando dois dos crentes publicamente identificaram-se com Cristo no batismo, e à noite, estes dois participaram com o restante da igreja da mesa do Senhor. Deus está derramando Sua luz neste lugar, e O louvamos por tudo, especialmente pela Sra. Sydney Smith, que depositou sua vida aqui entre aqueles que ela vislumbra ganhar para Cristo.”

Extraído de: Revista South America, Vol. III, nº 10, Fevereiro de 1915, p. 200-201

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