Bunyan in Prison (1864) de George Frederick Folingsby, (1828-1891)
“John Bunyan... nasceu em Elstow, próximo a Bedford, em 1628. Era funileiro por profissão, por convicção religiosa, um batista... e, por chamado divino, um pregador do Evangelho de Cristo... Em 12 de Novembro de 1660... foi preso e entregue à prisão de Bedford. Foi indiciado nas sessões seguintes como uma pessoa que ‘maliciosamente e perniciosamente se absteve de ir à igreja oficial para ouvir o culto divino, e que era um defensor frequente de várias reuniões e conventículos ilegais, que causam grande perturbação e distração dos bons assuntos deste reino.’ Ele se recusou a prometer que não iria pregar novamente e recebeu a seguinte sentença do magistrado: ‘Ouça meu julgamento! Você deve voltar de novo para a prisão e ficar lá por três meses consecutivos, e no final dos três meses, se você não se submeter a ir à igreja para ouvir o culto divino, e deixar sua pregação, você será banido do reino. E, se após o dia em que for designado para você partir, você for encontrado neste reino, ou se voltar sem licença especial do rei, você será enforcado. Eu te digo isto claramente.’ Ele ficou doze anos na prisão, e durante nessa época compôs as obras que passarão a sua memória a todas as gerações. Era tratado com alguma estima por seu carcereiro. Tinha permissão para ganhar o pão para sua esposa e seus filhos, fazendo laços de linha com etiquetas. Seus filhos também tiveram permissão para visitá-lo. Uma de suas filhas era cega, e ele dizia que aquela criança estava mais perto de seu coração do que todas as outras. Também teve permissão para pregar na prisão a seus amigos. Uma cena deste tipo está representada na gravura... de um quadro pintado... por Folingsby, um jovem artista de Munique. Em 1861 esta pintura foi comprada para a galeria da Biblioteca Pública de Melbourne ... Bunyan viveu dezesseis anos desfrutando a liberdade e, no exercício ativo de seu ministério, após sua longa prisão, morreu em 1688, aos sessenta anos, em Londres, de uma febre, provocada por uma jornada que teve de mau agouro, para reconciliar um pai ofendido de seu filho errante e penitente.” (Town and Country Journal, 3 de Janeiro de 1874, p. 21)
Embora Bunyan tenha escrito outros livros famosos como Graça abundante ao principal dos pecadores e As Guerras da famosa cidade de almaumana, O Peregrino é sem dúvida a sua obra-prima.
O Peregrino narra a jornada do Cristão rumo à cidade celestial, partindo da cidade da destruição, carregando um fardo mui pesado em suas costas, encontra o Evangelista pelo caminho que o instrui a seguir a luz divina, até que o Cristão deixa o fardo junto à cruz e recebe alívio: “Vi em meu sonho que em cada lado do caminho em que Cristão andava havia uma muralha que se chama Salvação, e que ele corria, ainda que lhe era custoso, por causa da carga que tinha nos ombros. Continuou a correr até que chegou a um outeiro pouco elevado; em cima dele havia uma cruz e pouco mais abaixo um sepulcro: quando se aproximava da cruz, vi que o fardo ia soltando-se de seus ombros, e quando chegou à cruz, a carga que lhe causara tanta miséria caiu-lhe das costas, e foi caindo até que chegou à boca do sepulcro, em que foi engolfado, e Cristão não o tornou mais a ver. Então ficou aliviado e muito alegre, e olhando para a cruz disse: ‘Ele me deu repouso por sua tristeza e vida por sua morte.’ Lá se demorou algum tempo, admirado de que a vista da cruz o tivesse livrado do seu pesado fardo.” (Trecho da tradução de Robert Reid Kalley de Pilgrim’s Progress).
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