Revista South America, Setembro de 1912, p. 111
Relatos de Arthur Tavares Lino: “Permanecei em Pouso Alto trabalhando para o Senhor por alguns dias no início do mês passado (Junho), e no dia dez paguei uma visita a Retiro Alegre, que fica cerca de dezesseis milhas de distância. Aqui tivemos algumas reuniões encorajadoras, e depois visitamos Andorinhas, Marzagão e Corumbaíba, em cada lugar sendo muito encorajado na obra do Senhor. Chegamos em Corumbaíba no Sábado à noite e, ainda que estivéssemos muito cansados, tivemos a alegria de pregar para muitos naquela noite. No dia seguinte distribuímos folhetos e convites para a reunião... No culto noturno, muitas pessoas se reuniram em frente à nossa reunião, gritando, soltando fogos de artifício e tocando instrumentos musicais. Já havíamos cantado o primeiro hino quando um homem entrou correndo dos fundos da casa e fechando a porta da frente, agarrou violentamente meu braço, dizendo: ‘Essas pessoas estão querendo te machucar. Saia da casa pela porta dos fundos.’ Mas, eu disse a ele que não conseguia nem pensar em fugir, e pedi ao povo que se mantivesse em seus assentos e quieto, mas antes que eu terminasse de falar, os gritos ameaçadores das pessoas tornaram-se tão altos que eu não pude ser ouvido. Permanecemos sentados quietos por cerca de vinte minutos, e logo depois o delegado chegou e dispersou a multidão do lado de fora, deixando-nos em paz para continuar nossa adoração. Fizemos mais algumas reuniões lá e depois partimos em companhia de outros quatro para Marzagão, Caldas Novas, Andorinhas, Retiro Alegre, e Pouso Alto. Chegamos ao último local mencionado às nove horas da noite do dia 25 de Junho, e imediatamente ouvimos sobre o ultraje de Domingo, 23 de Junho. Durante minha ausência de Pouso Alto, e enquanto o culto divino estava sendo realizado, uma multidão de romanistas fanáticos, com uma banda de música invadiu a casa, quebrou uma dúzia de bancos e deixou o órgão em pedaços, quebrou as lâmpadas e bateu nos crentes, especialmente ferindo Diógenes, o líder da reunião. Então, pensei que seria sensato ir à capital de Goiás, e ali obter pessoalmente do Chefe de Polícia a garantia de que as nossas reuniões não seriam molestadas. Embora minha esposa e eu estejamos prontos a morrer pelo Senhor Jesus, é necessário, pela causa da obra, que a liberdade de culto já garantida pela legislação brasileira seja sustentada pelas autoridades. Estou muito alegre e feliz em testificar que os crentes de Pouso Alto não têm medo, e estão todos unidos para glorificar a Deus e se reunirem para louvá-Lo durante estes tempos de tribulação.” (Revista South America, Setembro de 1912, p. 112)
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