Reverendo Bryce W. Ranken pregando no Brasil Central

                         

Foto: Revista South America, nº 2, Junho de 1914, p. 42

Reverendo Bryce W. Ranken: “Paramos bem cedo para o café da manhã, tendo encontrado um local extremamente agradável, com água boa, sombra e pasto. Era Sábado, e íamos passar o Domingo em Jaraguá e realizar uma reunião... Uma longa marcha de aproximadamente quatro horas nos trouxe a Jaraguá... O padre já tinha ouvido falar da nossa chegada, e fomos informados de que seu sermão naquela manhã foi quase por completo uma denúncia contra os protestantes, se referindo a nós mesmos em particular. O teatro pertencia a três donos, e um deles se opôs a que alugássemos. De fato, mandou colocar um cadeado na porta, e só depois de uma boa negociação foi que finalmente conseguimos pegar a chave. Só tivemos tempo de preparar nossos convites e rondar a cidade com eles antes da hora da reunião. O teatro era um grande celeiro com piso de terra e sem assentos, então todos tiveram que ficar de pé ou sentarem-se no chão, mas ninguém estranhou isto... Foi a primeira reunião evangélica que já foi realizada lá, e somente cerca de quarenta ou cinquenta homens compareceram, com uma ou duas mulheres espiando pela porta. O espírito geral dos homens era decididamente amigável, e as conversas que tivemos com alguns deles, demostraram que, apesar da grande ignorância, havia um interesse real no Evangelho...  Às 10 horas da manhã do dia seguinte entramos em Pirenópolis... Ali, mais uma vez, pudemos arranjar o teatro para a reunião, e tínhamos nossos convites todos prontos para circular, quando descobrimos que forças estavam trabalhando contra nós. O teatro foi negado com a desculpa de que a chave não foi encontrada, mas, finalmente a sala na Prefeitura, foi-nos concedida. Os convites foram bem recebidos e, ainda que alguns dissessem que poucos ousariam comparecer, tivemos a sala lotada em excesso, com cerca de oitenta homens e várias mulheres. A atenção foi nitidamente boa, e Deus me ajudou muito ao falar. Esta foi a primeira vez que o Evangelho foi proclamado nesta cidade também... Nossa próxima parada  foi a cidade de Antas, cerca de umas quarenta e cinco milhas de distância... A distância das Antas ia variando de forma notável de acordo com cada pessoa que perguntávamos, mas finalmente chegamos, um pouco depois das três horas da tarde, temendo que tinham passado todas as chances de uma reunião, visto que a hora já era tarde os arranjos geralmente eram muito difíceis. Contudo, o inesperado aconteceu: todo muito estava muito ansioso para ajudar e, dentro do período de uma hora, tínhamos a Prefeitura à nossa disposição e uma dupla de garotos andando pela cidade com convites. Começamos às sete horas da noite e logo o salão estava lotado, até mesmo com pessoas ficando de pé. Bastante mulheres compareceram, o que é muito incomum num trabalho novo. Pelo que pudemos saber, esta foi a primeira reunião evangélica que já aconteceu na cidade. Verdadeiramente Deus trabalhou por nós naquele dia. Na manhã seguinte partimos para Bonfim, e tivemos que recusar vários convites para ficar mais um dia em Antas... Alcançamos Bonfim no dia seguinte, um pouco depois do meio-dia, e encontramos nosso amigo, Sr. Nestor, com sua casa cheia de crentes, que ele havia convidado do interior para nos esperar. As coisas mudaram maravilhosamente aqui desde a minha última visita, há quatro anos atrás. Então, com a maior dificuldade, conseguimos um público de doze ou quinze das pessoas entre os mais pobres. Esta noite a casa não comportou os que atenderam ao nosso convite, de modo que a reunião teve que ser realizada no quintal ou jardim. O dia seguinte era Domingo e, no final da reunião do meio-dia, uma alma foi trazida a Cristo. À noite, cerca de 120 pessoas se reuniram novamente no jardim, uma audiência muito atenta com promessa de muitos frutos...” Trechos do artigo Through our field in Goyaz de Bryce W. Ranken, publicado na Revista South America, nº 2, Junho de 1914, p. 41-43)

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