Robert Raikes (1735-1811)
O jornalista evangélico Robert Raikes que fundou as Escolas Dominicais, nasceu em 14 de Setembro de 1735 na cidade de Gloucester, Inglaterra, e faleceu em 5 de Abril de 1811. Raikes evangelizava os presos, e, ao ver o estado lastimável dos presos, temeu pelo futuro das crianças e adolescentes que ele via perambular pelas ruas de Gloucester, pois não queria que estes pequenos se envolvessem com crimes e vícios e só tivessem como futuro uma cela de prisão. O periódico do Exército da Salvação The War Cry, 22 de Agosto de 1959, p. 4, assim narrou a origem da Escola Dominical:
“O homem de face gentil parecia muito angustiado com a cena ao seu redor. Aquela parte de Gloucester, Inglaterra, com que se deparou naquela manhã do ano de 1780, estava repleta de crianças esfarrapadas, que pareciam desamparadas. Enquanto brincavam pra cima e pra baixo nos becos sujos, todas as crianças pareciam tão miseráveis quanto a fome e a pobreza pôde torná-los. ‘É sempre assim?’, ele perguntou a uma mulher numa das portas. ‘Ah, senhor’, respondeu ela, ‘é bem pior aos Domingos. O senhor ficaria chocado ao ver todas as pobres criaturas dos arredores. Trabalham na fábricas de pregos. E por isto não têm outros lugares para irem, a não ser as ruas! Robert Raikes não esperou para ouvir mais. Mas em seu coração uma resolução repentina tomou lugar. Pensou em sua mente que deveria ajudar estas crianças de alguma maneira. Dessa decisão surgiu a Escola Dominical moderna, pois foi Robert Raikes quem lançou este grande movimento jovem... Anos após aquela manhã, quando o Sr. Raikes recebeu honrarias por toda a Inglaterra, ele confessou a um amigo que uma minúscula frase de quatro palavras lhe deu a inspiração e a coragem para empreender um trabalho de tão longo alcance. Mesmo quando observava todas aquelas crianças extremamente pobres, assim ele contou, a questão surgiu em sua mente: Nada pode ser feito?’. A seguir uma voz pareceu responder: ‘Tente!’. A casa do Sr. e Sra. King foi assegurada, e o primeiro Domingo de Julho de 1780 foi marcado como a inauguração da Escola Dominical. Muito antes de as portas se abrirem, uma multidão de jovens estava à disposição, ansiosos por um lugar lá dentro. A escola foi bem-sucedida desde o início. O Sr. Raikes providenciou para que professoras fossem pagas, e elas não apenas davam instrução religiosa, mas ensinavam seus alunos a ler e escrever. Não uma sessão curta de uma hora como em nossos dias é a regra. As crianças chegavam logo depois das dez da manhã e ficavam até o meio-dia. Voltavam para casa, e retornavam à uma da tarde. Depois de ler uma lição, eram levados para a igreja. Então, depois da igreja, passavam o tempo aprendendo e recitando seus catecismos até as cinco e meia da tarde. Quando, finalmente, as crianças eram liberadas, diziam que sempre iam calmamente para casa e não iam brincar nas ruas, porque aquela primeira Escola Dominical durou quase o dia todo... No tempo em que as primeiras aulas da Escola Dominical aconteceram, o Sr. Raikes era o editor do The Gloucester Journal. Através das colunas de seu jornal, ele não perdia a oportunidade de apontar o quão bem sucedida era a sua experiência com a Escola Dominical. Mas nem tudo eram flores para o fundador da Escola Dominical. Em alguns setores, o novo movimento levantou oposição feroz. Alguns dos mais altos dignitários das igrejas desaprovaram de todo coração a ideia. Ministros protestaram dos seus púlpitos contra a Escola Dominical, e até mesmo um bispo e um arcebispo convocaram o clero sob seu comando, instando-o a parar o movimento da Escola Dominical, se fosse possível. Mas, apesar de toda essa hostilidade, as Escolas Dominicais continuaram a surgir e aumentar o número de membros. A corrente da opinião pública virou a favor do Sr. Raikes quando a própria Rainha Charlotte encorajou abertamente o movimento da Escola Dominical. Ela mandou chamar o fundador e, no Castelo de Windsor, ouviu dos próprios lábios de Robert Raikes a história de como a Escola Dominical começou e como o trabalho estava prosperando. Depois disso, Robert Raikes recebeu sua devida cota de honra. Seu nome ficou conhecido em todo o mundo. Realmente parecia não haver limite para a expansão do grande movimento da Escola Dominical. Quando ele morreu, em 1811, sua escola pioneira em Gloucester era apenas uma das centenas que continuavam a educação cristã de jovens em seu país...”
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