Foto: Almanaque Eu sei Tudo, nº 3, Agosto de 1933, p. 82
“Era uma manhã gelada, muito fria, e por muitas horas um grupo de estudantes atravessou as ruas de Eisenach, cantando de porta em porta, esperando então angariar seu pão diário. Enxotados de muitas casas, muitas vezes com palavras rudes, com o corpo exausto, famintos, com dor no de coração, finalmente o grupo cansado parou diante da casa de Conrado Cotta, um burguês rico... Quando Ursula estava prestes a entrar novamente na casa, avista Martinho Lutero, seu compatriota, parecendo tão pálido e fraco que toda a sua piedade maternal é despertada. ‘Pobre Martinho’, diz ela, e pegando-o pela mão, leva-o para dentro de casa. O ato de bondade veio na hora certa, pois o menino mal cruzou a soleira da porta antes de cair desmaiado aos pés dela. Enquanto ela o segura, ministrando-lhe com ternura, ansiedade e gentileza, uma nova resolução se enraíza em seu coração compassivo, uma resolução que dará ao pequeno cantor de rua um lar de amor e conforto, e que afetará sua vida, seu caráter e sua vida após este episódio. Quando Martinho se recupera, que visão abençoada felicita seus olhos! Um quarto acolhedor, alegre e caseiro, vozes gentis, sorrisos amorosos... Logo Conrado Cotta, o marido, chega. Ele é rico e pode conceder ao jovem estudante a tão necessária casa, então ele prontamente aceita a proposta da piedosa esposa. Assim Martinho Lutero é recebido na família Cotta, onde permaneceu quatro anos.” (Woman in the Reformation de Emma Louise Parry: Lutheran Publication Society, 1882, p. 20-22)
O tempo que Martinho Lutero permaneceu com a família Cotta e o apoio que desta família recebeu, permitiu-lhe estudar gramática, retórica e poesia na cidade de Eisenach. “Mandaram-no para a escola; e depois elle entrou para um convento. Ahi achou uma Biblia que leu e onde aprendeu o caminho da vida. A melodiosa voz d’este pequeno cantor tornou-se em um poderoso echo das boas novas — ‘Justificados pela fé, temos paz com Deus por meio de Nosso Senhor Jesus Christo.’ Conrado e Ursula, quando receberam este pequeno cantador em sua casa, mal pensavam que estavam sustentando o grande campeão da Reforma..." (Imprensa Evangelica, nº 13, 1 de Julho de 1871, p. 102)
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