Women and Missions, Maio de 1914, p. 59
“Em Limeira, São Paulo, comprei uma Bíblia, com uma capa vermelha, de um colportor. Não percebi que livro era. Depois de ler várias passagens, a Bíblia sumiu. Mais tarde viajei para a Europa, combati na França como voluntário. Em 1918 entrei em contato com as Forças Americanas em Chateau Thierry, Bois Belleau e Ardennes, e retornei para o Brasil. Verdadeiramente faminto pela verdade, enterrei o meu eu nas obras de Haekel, Darwin, Renan, etc. O resultado destes estudos foi que me tornei desesperançado. Este estado perdurou por alguns anos. As coisas que fiz, nas palavras de Paulo, ‘até dizê-lo é torpe’. Houve um tempo quando pensei em suicídio. Mais uma vez a Bíblia cruzou de novo o meu caminho. Desta vez li o livro de Jó e Provérbios. Fiquei impressionado especialmente com Provérbios 3:5-6. Disto me lembro bem que foi numa circunstância que só Deus sabe. Em 1927 estive doente com a febre da malária tropical... Um habitante da floresta já idoso, o Sr. Maneco Borges, deu-me uma Bíblia, para ajudar a passar o tempo, toda rasgada, sem capa nem contracapa. Entre os períodos de febre li Provérbios, Salmos, e algumas outras porções. Naquele ano encontrei dois missionários. Um deles me ofereceu um hinário, e depois que examinei, me recusei a aceitar, dizendo que preferia os Salmos de Davi como relatado na Bíblia. Então veio a questão: ‘Oh, senhor, você lê a Bíblia?’. ‘Sim, mais de uma centena de vezes.’ Menti para ele. Após mais de dois anos outro missionário veio ao nosso distrito. Eu era diretor de escola naquele tempo. Ofereci a ele o prédio escolar para as reuniões. Ao recusar, explicou que como a escola era propriedade do governo, achava melhor não usar para pregação. Naquela noite, quando fui ao culto, percebi que pela primeira vez estava interessado no Evangelho. Até aquela noite, a palavra ‘Evangelho’, não tinha nenhum significado para mim, exceto que significava o nome inicial dos quatro primeiros livros do Novo Testamento. Naquela noite um significado maior despontou. Não perdi uma reunião, e falava com o missionário após o término de cada culto. Comecei a ler a Bíblia de novo. Tornou-se um novo Livro para mim. Neste tempo, eu era um inválido, tendo uma grande ferida, e não pude caminhar por nove meses. A Bíblia tornou-se minha companhia. Pude dizer como Davi: ‘Foi-me bom ter sido afligido’. No ano seguinte, o Rev. Sr. Landes retornou. Contei a ele minhas dúvidas e dificuldades. Ele tentou esclarecer as coisas que eu não compreendia. Então eu disse: ‘Sim, eu aceitei Jesus como meu Salvador’. Naquele momento entrei em novidade de vida. Eu nasci de novo...” (Women and Missions, Maio de 1914, p. 59)
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