Dona Genoveva

 

                                 Dona Genoveva sentada, tendo ao lado sua filha mais moça

                                        Foto: Jornal Batista de 31 de Março de 1932, p. 9

Dona Genoveva, uma senhora evangélica do interior de Goiás, teve o testemunho de sua conversão rememorado no livro Down the Araguaya de autoria do missionário e colportor Archibald J. Macintyre da Evangelical Union of South America: “...um missionário batista visitou o norte de Goiás e batizou ela e alguns outros a quem ela tinha guiado à Luz. Ela tinha cerca de setenta anos de idade quando foi batizada... e certamente é a crente mais notável que encontrei no Brasil...” (Down the Araguaya, 1924, p.138-141).

No Jornal Batista de 31 de Março de 1932, p. 8-9, num artigo intitulado “Mais joias para a Corôa do Mestre” de autoria do missionário Lewis Malen Bratcher (1888-1953), aparece um pouco mais da história de Dona Genoveva. Num trecho do artigo, o missionário L. M. Bratcher escreve: “Em 1925 tive o privilegio de visitar Natividade e de passar dez dias com esta santa de Deus... Quando chegou o tempo de minha partida, ella me disse tristemente que nunca mais me tornaria a ver porque já estava muito velha, e em pouco se iria encontrar com nosso Senhor. Eu lhe disse que si não nos encontrássemos outra vez nesta vida, encontrar-nos-iamos no céu. Então, com olhar radiante, ella replica: ‘Sim, graças ao Bom Jesus.’ Eu estava certo de que ella tinha razão quando disse que nunca mais nos encontraríamos neste mundo, porque ella já estava com 96 annos; mas enganei-me. Seis annos se passaram, e indo eu visitar o interior do Brasil, aproximei-me da fazenda onde me disseram que D. Genoveva morava... Justamente quando os ultimos raios do sol, posto douravam os cumes dos morros distantes, chegamos a uma clareira na floresta, onde avistamos uma casa branca, distante... É que naquella casa vivia D. Genoveva... Quando chegamos perto, vi alguém sentado á porta, e disse ao José, meu companheiro, que estava certo de que era D. Genoveva. Quando chegamos mais perto, verifiquei alegremente que, assim era... Quando me aproximei pude ver que os seis annos tinham deixado a sua marca indelével (estava agora com 102), porém havia em seu rosto o reflexo da mesma paz, tranquilidade e alegria de antes. Por algum tempo olhou para mim, quase insensível, porque os seus annos eram muitos e a sua vista estava muito enfraquecida; finalmente perguntou: - ‘Quem é?’ – ‘Não sabe?’ – ‘Não, eu não vejo muito bem.’ – ‘É o Dr. Luiz’; nome pelo qual sou conhecido no interior, pois que Brachter é muito difficil para pronunciar. Então, abraçou-me com a luz da gloria no rosto, exclamando: - ‘Oh, tenho esperado tanto tempo’. –‘Mas eu lhe disse que não voltaria’. Ella concordou, pois estava convicta de que não estaria viva quando eu voltasse. Não podia conter-se de alegre, e só falava do que o Bom Jesus lhe havia reservado para aquella hora. – ‘Agora, - disse ella – estou Lhe pedindo para me levar para o eterno Lar.’ Oh, como agradeci a Deus por me haver concedido aquella hora.” 

 

              L. M. Brachter batizando dois bisnetos de Dona Genoveva em Natividade, Goiás

                 Foto:  Jornal Batista de 21 de Abril de 1932, p. 6

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