Um jovem pregador de Londres

 

                              General William Booth e sua filha Evangeline Booth

Foto: The War Cry, 30 de Março de 1929, p. 4

O fundador do Exército da Salvação, William Booth (1829-1912), “... era assistente de um penhorista em Londres quando decidiu... devotar toda sua energia à pregação do Evangelho... O proprietário daquela casa de penhores era um empregador tirânico... que sabia que o jovem William Booth estava dedicando suas noites a realizar pregações nos subúrbios de East End, por isso o empregador impôs severamente durante todo o tempo que William Booth esteve empregado e morando na loja... uma regra mesquinha, que era que: se o assistente não estivesse em casa às dez da noite, a porta da loja de penhores estaria trancada para ele... Se aquela porta estivesse trancada, William Booth seria obrigado a passar a noite nas ruas de Londres... A igreja que William Booth frequentava era... um templo Metodista... A Capela Wesley de Nottingham era uma choupana gelada... Em algum momento durante os anos em que foi aprendiz na cidade, Wiliam Booth ouviu pregar James Caughey, um evangelista americano. Ele se converteu... Tornou-se um jovem pregador nas ruas, e certa vez, numa manhã de Domingo, as almas satisfeitas da congregação ficaram chocadas com uma turba de jovens dos subúrbios que se esgueiraram pelos bancos da frente, esfarrapados, malcheirosos, sujos... Após aquele culto, o jovem William Booth foi repreendido pelas autoridades da igreja e finalmente informado de que poderia trazer seus desamparados novamente ao templo, desde que os conduzisse pelos fundos... Embora reconhecesse a validade das objeções dos líderes da igreja... William Booth se engajou numa luta que não terminou até muito tempo depois... A menos que se conjure do passado uma imagem da Londres daquela época, é impossível entender o começo do Exército da Salvação. Não havia então, nenhum sistema adequado de educação nacional, nenhuma provisão para a pobreza, exceto a terrível instituição chamada de asilo. Qualquer esquema geral para ajudar os pobres era uma espécie de blasfêmia para as pessoas complacentes e materialistas, que eram a maioria na Inglaterra. Bebedeira era assustadoramente comum. As ruas onde os pobres viviam ecoavam o barulho obsceno de homens barulhentos que cambaleavam para casa, vindos das cervejarias. Mulheres desleixadas, igualmente bêbadas, faziam-lhes companhia. Abundando por todos os lados, havia crianças esfarrapadas, de pés descalços e verminosas... Certa noite ele foi para a Mile End Road, e do lado de fora de um bar que talvez fosse o lugar mais degradante daquela região de subúrbio. William Booth subiu numa caixa de sabão e começou a pregar. Ele fez um convertido, um irlandês, um lutador premiado, e foi esse homem arrogante com os punhos cerrados entre a multidão carrancuda e resmungando de homens meio bêbados que os impediu de atacar William Booth enquanto ele pregava ali ao ar livre...” (The War Cry, 30 de Março de 1929, p. 4)


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