William Azel Cook
Reverendo William Azel Cook: “Deixei São Paulo em 9 de Setembro de 1897, e percorri uma jornada três dias pela ferrovia, indo do noroeste até o norte, até uma cidade cerca de quarenta milhas ao sul do Rio Paranaíba, que é a divisa entre os estados de Minas Gerais e Goiás. O final do meu primeiro dia de jornada de trem foi Ribeirão Preto, no Estado de São Paulo, o final do segundo dia foi Uberaba, em Minas Gerais, e o final do terceiro dia foi Araguari, em Minas Gerais... Neste último lugar, comprei uma mula e uma sela, e arranjei uma grande caravana para carregar minhas Bíblias, minha bagagem, meu suprimento de comida: arroz e feijões, e uma tenda para dormir à noite, até que chegamos à capital do Goiás, cerca de trezentos e cinquenta milhas de distância. Preguei o Evangelho e espalhei as Bíblias quando tive oportunidade ao longo do caminho. Permaneci cerca de duas semanas na capital do Goiás proclamando o Evangelho e vendendo Bíblias, e, então continuei minha jornada ainda para o noroeste até Santa Leopoldina, nas margens do Rio Araguaia, onde encontrei um pequeno grupo de cinco índios Cherentes... Gastamos trinta dias na descida do Rio Araguaia... Chegamos na região do presídio de Santa Maria no dia cinco de Janeiro de 1898, onde nos demoramos cerca de um mês. Neste lugar tivemos grande dificuldade em conseguir alguma coisa para comer. Foi atacado pela febre malária pela primeira vez, neste lugar, e fiquei muito doente por cerca de algumas semanas, mas o Senhor me levantou em resposta às orações. No dia 16 de Fevereiro viajamos para o sudeste com a caravana em direção ao Rio Tocantins e Rio do Sono, uma distância de cerca de cento e sessenta ou cento e setenta milhas. Nesta jornada visitamos a primeira vila de índios Cherentes, onde fomos recebidos como realezas. No começo de Março, chegamos à vila brasileira de Pedro Afonso, situada na confluência do Rio do Sono e do Rio Tocantins. Permaneci lá, e naquela região até Outubro daquele mesmo ano. O Sr. George R. Witte e o grupo veio do Pará até o Rio Tocantins, e chegou sozinho na vila onde eu fiz minha sede, e juntos fizemos uma viagem pelo Rio do Sono para visitar os índios Cherentes e também viajamos cerca de mil milhas para o nordeste para visitar as vilas indígenas dos Craôs. Em todos os lugares fomos tratados com bondade por estes índios. Em Outubro, descemos o Rio Tocantins cerca de duzentos e cinquenta milhas da vila de Carolina, no Estado do Maranhão. Deste lugar viajamos cerca de cento e sessenta milhas para o lado sudeste, de mula, até o Rio das Balsas, onde embarcamos numa balsa feita dumas mil e duzentas pequenas estacas. Descemos este rio, e também descemos o Rio Parnaíba, umas oitocentas milhas até a cidade de Teresina, capital do Estado do Piauí. Deste lugar viajamos de trem sessenta e quatro milhas até a cidade de Caxias, no Maranhão, e de lá então, viajamos pelo rio, trezentas milhas até São Luís do Maranhão, a capital. Deste último lugar, viajei pelo mar até o Rio de Janeiro e dela então de trem até esta cidade: São Paulo.” (The Christian and Missionary Alliance, nº 3, 20 de Janeiro de 1900, p. 35 e 46)
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