Mãos em prece

 


O famoso quadro Praying Hands (Mãos em prece) foi pintado por Albrecht Dürer (1471-1528). Dürer era filho de um ourives húngaro e nasceu em Nuremberg, Alemanha. Desde muito jovem teve que trabalhar no ofício do pai para ajudar em casa.

Albrecht Dürer gostava muito de desenhar e pintar, então, o pai lhe deu permissão sair de casa e tentar realizar seu sonho. Mas, como era muito pobre, ficou muito difícil trabalhar e estudar para aprender a arte da pintura.

Em meio às dificuldades, Albrecht Dürer encontrou um amigo um pouco mais velho que ele, que também almejava se tornar um grande pintor, e este amigo o convidou para morar em sua casa. Mas, estudar, e ao mesmo tempo trabalhar para angariar o sustento, era difícil.

Então, este amigo sugeriu que um deles deveria trabalhar e o outro estudar. Albrecht concordou e propôs encontrar um trabalho, mas o seu amigo relutou em aceitar a proposta de Dürer e disse que, como era mais velho, ele trabalharia, e Albrecht estudaria para aperfeiçoar sua arte. “O amigo trabalhava num restaurante, lavando pratos e esfregando o chão para aumentar a pequena quantia que recebia. As horas eram longas e o trabalho era pesado e árduo, mas ele o fazia alegremente porque estava ajudando seu jovem amigo...” (The War Cry, 18 de Abril de 1959, p. 3)

Finalmente chegou o dia em que Dürer pode chegar com o dinheiro de um entalhe em madeira que vendera, e este dinheiro foi o suficiente para comprar comida e pagar o aluguel dele e de seu amigo por um bom tempo. Albrecht então retribuiu o favor de seu amigo, e pediu que ele voltasse a pintar e deixasse o trabalho no restaurante, para, enfim, realizar seu sonho.

Mas, algo inesperado ocorrera: o trabalho árduo no restaurante tirou a habilidade para a pintura das mãos do amigo de Albrecht.

Um dia, voltando inesperadamente ao quarto, Alberto ouviu a voz de seu amigo. Ele orava. Entrou sutilmente e vendo-lhe as mãos desfiguradas juntas em prece reverente, veio-lhe um grande pensamento. ‘Jamais poderei restituir a essas mãos a habilidade perdida, mas poderei mostrar a todos a afeição profunda e o reconhecimento do meu coração pela sua nobre conduta. Pintarei suas mãos em oração como estão agora e o mundo conhecerá o meu pensamento sobre esse nobre e generoso caráter. Quando alguém contemplar o quadro, lembrar-se-á, talvez, com amor e devoção, de todas as mãos que se afadigaram pelo bem de outros, e, como eu, expressará, sob alguma forma de beleza, o seu juízo sobre tão nobre trabalho.’” (Revista Unitas, Abril/Maio de 1958, p. 43)

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