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“João Calvino nasceu em 10 de Julho de 1509, e foi, desde muito cedo, designado para o sacerdócio. De fato, aos doze anos de idade, foi nomeado para uma capelania na Catedral de Noyon... O jovem Calvino recebeu sua educação em uma família nobre e, quando essa boa gente se mudou para Paris, ele foi junto. Ainda na escola, o futuro reformador se destacou e superou seus concorrentes em estudos gramaticais e filosofia... Em Paris, Calvino encontrou um parente, Pierrie Robert Olivetan, o primeiro tradutor da Bíblia para o francês. Os dois parentes discutiram os problemas que perturbavam a mente dos homens. ‘Existem apenas duas religiões no mundo,’ disse Olivetan, ‘a única classe de religiões são aquelas que os homens inventaram, e, em tudo isso o homem se salva por cerimônias e boas obras. A outra é aquela religião que é revelada na Bíblia, e que ensina aos homens procurar a salvação unicamente na graça gratuita de Deus”. “Eu não terei nenhuma de suas novas doutrinas’, disse Calvino, ‘você pensa que eu tenho vivido no erro todos os meus dias?’. Na Bíblia, porém, o jovem estudante encontrou Cristo e exclamou: ‘Temos criado para nós mesmo muitas tolices inúteis, mas puseste a Tua Palavra diante de mim como uma tocha, e Tu tocaste meu coração em ordem para que eu tenha em abominação todos outros méritos, exceto os de Jesus.’ Não desejando agora entrar para o sacerdócio, prontamente obedeceu a sugestão do seu pai e começou o estudo do Direito. Ele fez tanto progresso que frequentemente ocupava a cadeira de professor e sua aplicação nos estudos foi tão alta que ao sair recebeu o título de doutor sem o pagamento das taxas habituais, como um elogio ao seu mérito. Em Bourges, Calvino ganhou conhecimento do grego e adentrou mais plenamente no estudo da Bíblia. Ali, também começou a pregar, e definitivamente, ingressou ao lado dos reformadores protestantes... No interior, começou a visitar o lar das pessoas. Cercado pelas pessoas da casa, lia a Bíblia e explicava o caminho da salvação. Voltando a Paris, manteve o mesmo método: ia de casa em casa e falava com o povo sobre Cristo e Ele crucificado. Ao passo que perseguições caíram sobre ele, e as autoridades estavam determinadas a levá-lo à fogueira, foi advertido por fiéis amigos e fugiu. Após peregrinar, se estabeleceu por um tempo em Poitiers. Pessoas de todas as classes sociais ouviam suas pregações, e por segurança se reuniam numa caverna fora da cidade. Ali, usando um pedaço de rocha como mesa, a Ceia do Senhor foi celebrada pela primeira vez pelos protestantes da França...” (The Australian Christian Commonwealth, 31 de Agosto de 1923, p. 3)
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