O Reverendo William Calvin Porter

 

“William Calvin Porter era filho de James Demford Porter e Susan Meigs Francis. Ele nasceu em Tuskegee, Alabama, Estados Unidos da América, em 06 de Junho de 1855. Seu pai... estando com problemas de saúde, decidiu levar sua família para o Brasil, embarcou com sua família na primeira classe de passageiros de uma linha regular entre o Rio de Janeiro e Nova Iorque em 22 de Julho de 1868... Seu pai faleceu quase um mês após chegar ao Rio, em 20 de Agosto. Aquele que se encarregara dos fundos deixados por seu pai, nunca prestou contas, então, sua viúva ficou sem nada com seis filhos. William tinha treze anos de idade. Sua mãe levou a família para Campinas, interior de São Paulo, e abriu uma pensão para americanos e ingleses. Esta foi sua casa por mais de dez anos, onde a vida ativa de William começou, e também onde recebeu sua educação literária no Colégio Internacional, que foi aberto e administrado com sucesso por anos pelos Reverendos Morton e Lane. O colégio foi aberto em 3 de Fevereiro de 1873, e William entrou como o primeiro aluno pago. Mais tarde, ele lecionou na escola. O Sr. Porter foi, mais tarde, com o Sr. Morton para lecionar no Colégio Morton em São Paulo. Também lecionou quatro anos em Mogi-Mirim. Sua irmã se casou com o Rev. John Rockwell Smith, que estava fazendo trabalho missionário em Pernambuco. Em 1884, o Sr. Porter juntou-se a ele e entrou para o trabalho missionário. O Dr. Smith pediu a nomeação de William como missionário, o que foi feito em 29 de Outubro de 1884. O Sr. Porter já havia sido aprovado em Português e Inglês pela Faculdade de Direito de São Paulo, mas não tinha uma educação teológica. Seu cunhado, o Dr. Smith, era um teólogo brilhante e um professor maravilhoso, que prestou um grande serviço ao Brasil na formação de ministros. O Sr. Porter estudou numa de suas primeiras classes e, carregando seus livros, fez viagens evangelísticas enquanto estudava. Foi ordenado pregador pelo Presbitério de Pernambuco na Paraíba, em 26 de Setembro de 1889. Quando o Sr. Porter era aluno do Colégio Internacional em Campinas, o Sr. George Ives Hall, um senhor de Columbus, Geórgia, Estados Unidos, passava alguns anos no mesmo lugar, e com ele estavam suas duas filhas pequenas. Trabalhando sozinho em Pernambuco, o pensamento do Sr. Porter voltou para a mais velha dessas filhas, Kate Ives Hall, com quem passou a se corresponder, o que resultou no casamento deles nos ‘States’ em 1891. Encontrou nela uma verdadeira missionária que trabalhou com ele ombro a ombro até o momento de sua morte. Durante quarenta e quatro anos e meio de ministério ativo, a vida do Sr. Porter tocou o Brasil de norte a sul, especialmente Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, mas sua maior obra foi realizada em Natal, no Rio Grande do Norte. De Pernambuco foi transferido para o Ceará em 1893, mas lá permaneceu pouco tempo. Em 1895 o Sr. e a Sra. Porter foram enviados pela missão para trabalhar em Natal, e lá passaram dezoito anos, com apenas um intervalo de um ano e meio em Campinas, e uma férias nos ‘States’. Seu trabalho em Natal merece bem uma longa história. Quando ele viu aquela cidade pela primeira vez em 1893, na companhia do Rev. Juventino, mal sabia que aquele era o lugar onde Deus tinha uma grande obra para ele fazer. Esses dois homens, depois de uma viagem muito difícil, passaram alguns dias ali com um pequeno grupo de simpatizantes do Evangelho. Em 1893, enquanto ele e a Sra. Porter estavam no Ceará, foram convidados a fazer uma visita de dois meses a Natal. Encontraram tanto interesse ali que a visita foi estendida para quatro meses. Começaram os cultos em uma casa particular, mas o número de frequentadores cresceu tão rápido que os cultos tiveram que ser transferidos várias vezes para lugares maiores. Tal interesse foi demonstrado nos hinos que a Sra. Porter teve grande prazer em ensinar ao povo. Finalmente, as autoridades permitiram o uso de uma escola pública, onde o número de frequentadores cresceu para quatrocentos. No final de um dos cultos, o Sr. Porter perguntou aos que quisessem fazer profissão de fé que indicassem levantando-se. Trinta e duas pessoas se levantaram. Trinta e três pessoas foram batizadas quando chegou o tempo designado para fazerem a profissão de fé e foi celebrado a Ceia do Senhor. Logo este grupo de cristãos começou a fazer planos para ter o seu próprio templo. Decidiram se comunicar com um canadense, Sr. O’Grady, para comprar um lote dele. Sua resposta foi que assim que tivessem direito legal à propriedade, lhes daria o lote. Houve grande regozijo! Ao retornarem ao Ceará, após o término de sua estada de quatro meses em Natal, o Sr. e a Sra. Porter levaram consigo uma petição à missão, assinada por trezentas pessoas em Natal, requisitando que retornassem a Natal para continuar o trabalho evangélico lá. O pedido foi atendido e, em Julho de 1895, foram definitivamente transferidos para Natal. No entanto, o trabalho lá não foi sem perseguição. A multidão na rua gritava atrás dele, das portas e janelas também vinham esses gritos. Sua casa foi apedrejada e as vidraças quebradas... As condições eram tão ruins que o governador do Estado veio a Natal em visita oficial... Depois disso as coisas se acalmaram. Enquanto isso, as congregações cresciam constantemente. A Sra. Porter abriu uma escola para os filhos dos cristãos, que foi mantida aberta por muitos anos... Ao deixar Natal em 1913, os Porters deixaram uma igreja grande e bem estabelecida, com um belo prédio, com capacidade para quatrocentas pessoas, que carecia de acabamento e foi construído inteiramente pela congregação...” (The Presbyterian Survey, Março de 1941, p. 113-114)

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