Percorrendo mil milhas Rio Amazonas acima

 

Foto: The Christian Herald and Signs of our Times, 22 de Junho de 1892, p. 385

"Quatro anos atrás, Marcus Ellworth Carver, um missionário americano, que foi para o Brasil acompanhado de sua corajosa esposa cristã, adentrou mil milhas acima do vale do Rio Amazonas, desejando levar o Evangelho de Cristo para os habitantes daquela terra remota e estabelecer uma missão. Antes de iniciar a jornada, ele parou no Pará, tempo o suficiente para aprender o português... As rudes cabanas do povo, muitas vezes apenas um telhado de palhas sustentado por pilares de madeira, mas ausente de paredes, são simplesmente designadas como lugares para dormir. No começo, o bom missionário e sua esposa achavam a vida sob tais condições peculiares, quase insuportável, mas, inspirados e encorajados pela graça divina, eles se agarraram firmemente ao dever diante deles. O trabalho cresceu e prosperou sob suas mãos. Em 01 de Janeiro de 1888, o primeiro culto evangélico ocorreu em Manaus. Foi uma Escola Dominical, sem cadeiras e com nada melhor do que rudes caixas de madeiras para se sentar. A única Bíblia e hinário eram os que pertenciam ao Sr. Carver... Há agora trinta e três membros da Missão que podem ler e escrever, e que conhecem e amam o Salvador. A Escola Dominical não é mais realizada em uma cabana, mas numa sala confortável, e tem um índice de comparecimento de setenta alunos. As reuniões de oração, que são tanto em inglês quanto em português, são também bem atendidas. Todos os outros cultos são em português... A semente do Evangelho, semeada quatro anos atrás, sob as mais adversas circunstâncias, tem sido grandemente abençoada e multiplicada, e o Salvador da humanidade é agora amado em muitos lares em Manaus, onde seu sagrado nome nunca tinha sido ouvido antes... O Sr. Carver não tinha salário de qualquer denominação ou organização religiosa,  durante estes quatro anos, em adição ao trabalho da missão, que nunca foi negligenciado, ele trabalhou com as suas mãos em qualquer coisa que ele podia encontrar para ajudar a pagar as despesas de construção da missão e suprir a despensa familiar que era, pois, muito módica. ‘Eu me lembro,’ ele escreve, ‘houve um período de seis semanas, durante o qual minha esposa e eu não tínhamos nada para comer, a não ser pão e feijões! Por um dia ou dois, ninguém se importa muito, mas quarenta e dois dias, é completamente diferente. De novo, em outro período, houve quatro meses quando tivemos que passar por uma fase curta de absoluta falta de provisões ou comida. Durante aquele tempo, se me lembro bem, comi nada além de banana e pãozinho, três vezes por dia. Minha esposa tinha que cozinhar num fogão construído entre três pedras, com potes e utensílios para cozinhar feitos de latas vazias que continham carne ou milho. Nossas mesas e cadeiras eram feitas de caixas de produtos secos, que eu remodelei.’ ‘Com nossos esforços unidos,’ o Sr. Carver continuou, ‘nós conseguimos, mesmo com pouco, o suficiente para pagar as despesas da missão...” Mas, em meio a todos estes esforços e lutas, o trabalho foi se desenvolvendo grandiosamente..." (The Christian Herald and Signs of our Times, 22 de Junho de 1892, p. 385)


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