Loide Andrade e a Missão Caiuá

 

Foto de Loide Andrade (1917-1990) e mãe indígena no Hospital Porta da Esperança

Foto extraída de: O Jornal, nº 13.538, 12 de Novembro de 1965, p. 11

Loide Andrade (1917-1990), juntamente com o seu esposo, o Reverendo Orlando Andrade, fizeram um extraordinário trabalho na Missão Caiuá, em Dourados, Mato Grosso do Sul. A Missão Caiuá foi fundada em 1928 pelo reverendo presbiteriano Albert Sydney Maxwell (1883-1947), da East Brazil Mission (Missão Leste do Brasil).

Ainda criança, morando em São Paulo, Loide perde seus pais, então, vai morar no orfanato evangélico Lar das Flores, em Suzano, São Paulo. Ainda bem moça foi para a Ilha do Bananal, onde passou um ano entre os índios Terenas. Depois, foi para São Paulo, onde fez o curso secundário, e, depois foi para Patrocínio, Minas Gerais, aperfeiçoar a educação musical e teológica no Instituto Bíblico Eduardo Lane.

Por três anos ficou na Missão Caiuá em Dourados, em sua primeira passagem por lá. “... foi em 1938 que dona Loide chegou na região Caiuá... Chegou logo trabalhando porque naquela época a região estava passando por um grande surto epidêmico: a febre amarela, que deixou órfão centenas de criancinhas pelas matas de Mato Grosso, principalmente nas regiões próximas de Dourados. Foram brigados a recolher, naquele ano, 14 criancinhas num rancho de sapé que nem cama de ‘tarimba’ existia e mal cabia as missionárias Loide e Aurea. Para socorrerem aquelas pobres crianças viram-se na obrigação de fabricar sete redes para que elas pudessem dormir além de improvisar redes com alguns cobertores. Naquela época tanto os missionários como as missionárias faziam de tudo, desde o café da manhã até a lavagem das roupas, além de cuidarem dos doentes.” (O Jornal, nº 13.538, 12 de Novembro de 1965, p. 11)

Em 1942, após se casar, Loide Andrade e seu esposo, o Reverendo Orlando Andrade, foram para a Missão Caiuá, onde atuaram por várias décadas como diretores da Missão, e se aposentaram em 1985. Na época da gestão deles foi aberto o que era considerado até então único hospital indígena do Brasil, o Hospital Porta da Esperança, na língua caiuá, “Nhaaronjha oke”.

Loide Andrade, em 1985, também ajudou na tradução do Novo Testamento para a língua caiuá, tradução esta feita sob os auspícios do Instituto Linguístico de Verão (Summer Institute of Linguistics).

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