A missionária Martha Hite Watts (1845-1910)

 

“Uma mulher que soubesse ler e escrever em 1881, era, no Brasil, uma exceção.” (World Outlook, Dezembro de 1951, p. 30). Além do analfabetismo alarmante, em 1881, o Brasil ainda não garantia de modo amplo a liberdade de culto. A Constituição Imperial vigente à época garantia o direito de exercício dos chamados cultos acatólicos apenas no âmbito doméstico, e que o local de culto não tivesse o lado exterior que lembrasse um templo.

Neste contexto de falta de um sistema educacional que fosse acessível, e na hostilidade que existia contra a fé evangélica no Brasil Império, partindo, muitas vezes, de autoridades civis, eclesiásticas, e judiciárias, chega à cidade paulista de Piracicaba, em Maio de 1881, a missionária metodista Martha Hite Watts (1845-1910).

Com apenas quatro meses de permanência no Brasil, sabendo um pouco de português, Martha Watts abriu em Setembro de 1881 o Colégio Piracicabano.

No primeiro dia de funcionamento do Colégio Piracicabano, apenas uma aluna apareceu, e assim passou-se três meses até que a escola aberta por Martha Watts ganhasse novas matrículas. Neste entretempo, Martha Watts tonou-se amiga da família do Senador Manoel de Morais, e do irmão dele, Prudente de Morais (1841-1902), que confiaram no trabalho educacional da missionária, e enviaram seus familiares para estudarem neste colégio evangélico. Este ato da família Morais incentivou outras famílias da região a matricularem seus parentes na escola da senhorita Watts.

Quando Prudente de Morais tornou-se governador do Estado de São Paulo, buscou os conselhos de Martha Watts para implantar um sistema público de ensino baseado nos métodos educacionais do Colégio Piracicabano.

De 1894 a 1898, Prudente de Morais exerceu o cargo de Presidente da República do Brasil, e fez o convite para que Martha Watts se tornasse Ministra da Educação do Brasil, mas a missionária Martha Watts declinou do convite.

Em 1904, Martha Watts fundou em Belo Horizonte, capital mineira, o Colégio Izabela Hendrix. “O conselho dos professores do Izabela Hendrix foi procurado pelo Secretário de Estado quando planejou um sistema escolar para o estado de Minas Gerais.” (World Outlook, Dezembro de 1951, p. 30)

“Das escolas missionárias no Brasil, a senhorita Watts, durante um período de crise, escreveu: ‘Nossas escolas são escolas de Deus. Devemos ter seus faróis onde quer que possamos colocá-los, e ele manterá a luz acesa.’” (World Outlook, Dezembro de 1951, p. 30)

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