Arthur Francis Tylee (1896-1930) foi um missionário evangélico que veio ao Brasil trabalhar na evangelização dos indígenas. Quando era um estudante no Instituto Bíblico Moody de Chicago, Estados Unidos, veio ao seu coração a certeza da chamada missionária para trabalhar entre os índios da América do Sul.
Em 1923, o missionário Arthur F. Tylee embarcou para a América do Sul, e sua noiva, a missionária Ethel Canary, que também estudou no Instituto Bíblico Moody de Chicago, serviram como missionários numa área onde havia muitos acometidos de lepra no Paraguai. Em 1925, Arthur Tylee e Ethel Canary (?-1955) se casaram no Brasil.
Foto: The Business Farmer, 21 de Julho de 1923, p. 637
Já casados, Arthur F. Tylee e Ethel Canary foram para a estação missionária da Inland South American Missionary Union, na cidade de Juruena, Mato Grosso, para evangelizar os índios Nhambiquaras.
Ethel Canary, numa carta escreveu assim sobre os costumes dos índios de Juruena: “Eles, com frequência, se dirigem de um lugar para outro, caçando e pescando. Quando estão em marcha, às vezes arranjam um abrigo malfeito de folhas de palmeira, mas muitas vezes passam a noite ao relento. Cada família acende uma pequena fogueira, e o pai, a mãe e todos os filhos, se deitam em círculo ao redor da fogueira, os pés de um servindo de travesseiro para o outro. A mãe coloca seu bebê confortavelmente contra seu corpo ao lado do fogo. E assim eles passam o que muitas vezes deve ser uma noite confortável... Eles fazem colares de dentes de macaco, miçangas de vários tipos e pequenas conchas. São usados por homens e mulheres. Quando desejam homenagear o bebê de uma maneira especial, todos os membros da família penduram suas miçangas no pequenino. Já vi bebês com o corpo quase coberto por colares de miçangas.” (St. Louis Post-Dispatch, 30 de Novembro de 1930, p. 04)
No Outono de 1927, o casal Tylee retornou aos Estados Unidos, em período de férias, e tiveram uma filhinha. Retornaram para o Brasil em Maio de 1929. Junto com o casal Tylee, e a bêbe, veio também a missionária e enfermeira Mildred P. Kratz.
Missionária Mildred P. Kratz
Foto: Moody Monthly, Dezembro de 1930, p. 183
Em Novembro de 1930, um grupo de índios Nhambiquaras invadiu a estação missionária da Inland South American Missionary Union, e assassinou o missionário Arthur F. Tylee, a filhinha dele, a pequena Mariana, de apenas dois anos e quatro meses de idade, além de ceifar a vida da enfermeira Mildred, Maria Salomé, Maria Plácido, e o menino Cândido. A Sra. Ethel Canary conseguiu sobreviver, e mesmo ferida pelas pancadas que lhe deram, foi até a estação telegráfica que ficava a um quilômetro da Missão, onde foi socorrida.
Em uma carta remetida de Corumbá, Mato Grosso do Sul, pelo Reverendo Arthur F. Tylee, cujos trechos aparecem publicados no periódico The Pentecostal Holiness Advocate, 20 de Agosto de 1925, p. 7 e 12, o missionário Tylee demonstra a sua entrega à evangelização dos índios Nhambiquaras: “Temos nos dedicado à evangelização desta tribo de cerca de 10.000 ou mais. A tarefa é difícil, e o caminho coberto de obstáculos materiais, físicos e espirituais, mas os Nhambiquaras terão o Evangelho! Temos certeza do chamado de Deus para eles."
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