John Huss: o reformador da Boêmia

 

John Huss (1369-1415)

John Huss (1369-1415), nascido em um lar muito pobre, conseguiu ingressar na Universidade aos dezesseis anos de idade. John Huss estudou e foi professor na Universidade de Praga, onde se tornou reitor desta instituição em 1402.

John Huss foi ordenado sacerdote em 1400, e por influência de ricos comerciantes, tornou-se ministro da Capela de Belém, e assim ganhou muita fama como pregador. Na Capela de Belém já florescia um movimento reformador: as orações não eram mais lidas em latim, e a leitura se dava na língua nativa da Boêmia.

John Huss descobriu os livros de John Wycliffe (1328-1384), pregador inglês que ficou conhecido como “Estrela da Manhã” da Reforma Protestante. As ideias de Wycliffe de adotar só Bíblia como regra de fé e prática e traduzir a Bíblia no idioma nacional, criaram abrigo no coração de Huss.

John Huss lia os escritos de John Wyccliffe aos seus ouvintes na Capela de Belém, e para alunos da Universidade de Praga. O arcebispo descobriu, e ordenou que todos os escritos de Wycclife que existissem na Universidade de Praga fossem capturados e queimados. John Huss se opôs a tal atitude, mas foi persuadido a deixar a cidade de Praga para evitar conflitos maiores. Em 1413, foi excomungado por bula papal, e amigos próximos tentou convencê-lo a parar de pregar, mas John Huss se recusou.

Com a Convocação do Concílio de Constança, uma das pautas era tratar dos acontecimentos da Boêmia que envolvia John Huss.

John Huss foi intimado a comparecer ao Concílio de Constança. O Imperador Sigismundo lhe concedeu salvo-conduto (habeas corpus preventivo) garantindo-lhe proteção. Na data marcada, John Huss compareceu à audiência do Concílio de Constança, mas o Concílio não fora instalado oficialmente, e o Imperador não se fazia presente, e isto foi uma armadilha: John Huss foi detido e preso. O Barão de Chlum tentou reverter essa situação, mas nada pode fazer.

O Imperador Sigismundo ficou do lado dos acusadores de John Huss, e não fez valer o salvo-conduto que concedera. No julgamento, o Imperador quis fazer John Huss retroceder de seus ensinos, e assinar uma retratação pública. O Concílio de Constança negou a John Huss o direito a um advogado de defesa.

Assim, entregue ao poder secular, sem direito a advogado de defesa, e desafiando o poder secular e eclesiástico que imperava naquele julgamento do Concílio de Constança, John Huss recusou a se retratar, e a sentença contra ele foi a morte numa fogueira. “Quando ele ouviu sua sentença, ele se ajoelhou e pediu a Deus para perdoar a injustiça de seus inimigos.” (Bridegroom's Messenger, 1º de Novembro de 1911, p. 04). Em 06 de Julho de 1415, John Huss foi morto numa fogueira, mas não negou sua fé em Jesus.

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