William Tyndale: queimado na fogueira por traduzir a Bíblia para o inglês

 

William Tyndale

Foi William Tyndale (?-1536) que traduziu a Bíblia para a língua inglesa, mas essa nobre atitude de dar ao povo inglês a Bíblia em sua própria língua custou um alto preço: em 06 de Outubro de 1536, William Tyndale foi queimado na fogueira em Vilvoorde, Bélgica, por ter traduzido a Bíblia, porém, antes de sua execução ele orou: “Senhor, abra os olhos do Rei da Inglaterra!”

“A tentativa de produzir uma Bíblia inglesa impressa, é uma história de exílio, perseguição e contrabando.” (The Morning Leader, 14 de Outubro de 1922, p. 13)

No ano de 1521, William Tyndale foi ordenado sacerdote, e tornou-se capelão de John Walsh, em Little Sodbury, Gloucesterpor um período de dois anos. Foi nesta época que Tyndale começa a conceber a ideia de traduzir a Bíblia para o inglês.

Em 1523, Tyndale se encontrava em Londres, mas teve a certeza de que na capital inglesa não encontraria o apoio necessário para traduzir a Bíblia para o inglês. Então, a solução encontrada por William Tyndale foi exilar-se, de início, na terra de Martinho Lutero (1483-1546), a Alemanha.

Em 1524 William Tyndale deixou a Inglaterra, para nunca mais retornar à sua Pátria, e foi para Hamburgo, Alemanha. Na Alemanha, seu trabalho de tradução de tradução da Bíblia para o inglês, foi realizado. 

Por volta de 1525, Tyndale completou sua tradução do Novo Testamento direto do grego, e enviou, secretamente, sua tradução para ser impressa em Colônia, Alemanha. Quando apenas oitenta páginas tinham sido impressas, Johannes Cochlaeus (1479-1552), um inimigo da Reforma Protestante, soube da impressão do Novo Testamento de Tyndale, e notificou as autoridades da cidade de Colônia para que impedissem o feito de imprimir o Novo Testamento em inglês, e, assim, as autoridades da cidade de Colônia proibiram a impressão da tradução de Tyndale.

William Tyndale, e Roye, seu amanuense (copista), escaparam das autoridades de Colônia, levando com eles as folhas impressas do Novo Testamento em inglês, e embarcaram num navio, fugindo para Worms, outra cidade alemã.

Johannes Cochlaeus não perdeu tempo, e mandou aviso para o rei inglês Henrique VIII, avisando-o que não permitisse que a “perniciosa mercadoria” de Tyndale, que era o Novo Testamento traduzido para o inglês, fosse exportada para a Inglaterra.

Na cidade de Worms, Tyndale reiniciou a impressão de sua tradução do Novo Testamento. 

Em 1526, cópias do Novo Testamento de William Tyndale foram contrabandeadas para a Inglaterra, escondidas em sacas de farinha de trigo e em fardos de tecidos para roupas. As autoridades civis e eclesiásticas se opuseram à circulação da Bíblia de Tyndale, e começaram uma caçada às cópias da tradução de Tyndale, que, quando encontradas, as autoridades compravam as cópias da Bíblia de Tyndale, depois queimavam, pensando que iriam destruir a Bíblia em inglês.

Na Inglaterra, era proibido comprar, vender, ou possuir uma cópia do Novo Testamento de Tyndale.” (The Bible in the World, Outubro de 1936, p. 150)

Em 1531, na cidade alemã de Marburgo, William Tyndale publicou sua tradução para o Pentateuco, que são os livros de Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. William Tyndale também publicou sua tradução para o livro de Jonas, também no ano de 1531. O restante do Velho Testamento, não foi possível Tyndale traduzir, pois foi capturado, condenado por heresia por traduzir a Bíblia para o inglês.

Quando Wiliam Tyndale estava escondido na Antuérpia, Bélgica, sendo ajudado por ricos comerciantes ingleses que lá residiam, Tyndale ficou amigo de Henry Phillips. O jovem Henry Phillips convidou Tyndale para um jantar de cortesia, e na saída deste jantar, Phillips fez um sinal, indicando para as autoridades quem era Tyndale, e assim o tradutor da Bíblia para o inglês, foi capturado, e mantido por um ano e meio na prisão de Vilvoorde, Bélgica. 

Em 12 de Agosto de 1536, a sentença contra Tyndale foi a condenação à morte na fogueira. “... em Outubro de 1536, sua última oração foi característica de um coração leal: ‘Senhor! Abra os olhos do Rei da Inglaterra!” (The Bible in the World, Fevereiro de 1911, p. 56)

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