O protesto dos príncipes evangélicos na Dieta de Espira, em 1529
Extraído de: España Evangelica, nº 512, 21 de Novembro de 1929, p. 377
Em 1529, a Dieta (Assembléia política Alemã) foi convocada para a cidade de Espira, Alemanha. Na cidade de Espira, ficava o Supremo Tribunal do Império Alemão.
Na Dieta da cidade de Espira, Martinho Lutero (1483-1546) não esteve presente, pois os príncipes evangélicos que compunham a Dieta em 1529, aconselharam Lutero a não comparecer lá, pois ele tinha contra si a sentença decretada em 1521, na Dieta de Worms, sentença esta que considerou Lutero um fora da lei, e o Imperador Carlos V (1500-1558) poderia se aproveitar da ocasião para executar a sentença contra o reformador.
No ano de 1526, o Imperador Carlos V convocou uma Dieta em Espira, pois precisava do apoio dos príncipes evangélicos, para fins políticos, e ajuda na guerra contra franceses e turcos.
Nesta Dieta de Espira em 1526, Carlos V concedeu temporariamente liberdade de culto aos seguidores da fé evangélica, declarando que “cada qual dos adeptos da nova doutrina, governasse e vivesse como acreditavam, e esperassem responder diante de Deus e de Sua Majestade Imperial”. (España Evangelica, nº 512, 21 de Novembro de 1929, p. 378). Porém, assim que Carlos V se livrou de seus problemas bélicos e políticos, convocou uma segunda Dieta em Espira, no ano de 1529.
Na Dieta de Espira de 1529, os príncipes evangélicos eram minoria. O Imperador Carlos V então editou um decreto, anulando a concessão de liberdade de culto concedida na Dieta de Espira de 1526, e quis validar o Edito de Worms (1521), no qual “... condemnou Luthero, declarando fora da lei todos quantos o apoiavam.” (Almanach Eu sei tudo, nº 05, Outubro de 1933, p. 83). Carlos V ainda propôs abolir o culto evangélico em todo o território alemão.
Extraído de: España Evangelica, nº 512, 21 de Novembro de 1929, p. 378
Os príncipes evangélicos presentes na Dieta de Espira de 1529, não aceitaram o decreto proposto pelo Imperador Carlos V, e fizeram o seguinte protesto, do qual originou historicamente o termo protestante para designar os seguidores da fé evangélica:
“Protestamos pelos presentes, diante de Deus, nosso único Criador, Preservador, Redentor, e Salvador, e que um dia será nosso Juiz, bem como diante de todos os homens e de todas as criaturas, que nós, por nós e pelo nosso povo, nem consentimos, nem aderimos de maneira alguma ao decreto proposto, em nada que seja contrário a Deus, a Sua santa Palavra, ao nosso direito de consciência, à salvação de nossas almas...” (D’AUBIGNÉ, Jean Henri Merle. History of the Reformation of the Sixteenth Century. Volume IV. Oliver & Boyd: Edimburgo, Escócia, 1853, p. 75-76)
O jornal evangélico Spectator and Methodist Chronicle, publicado em Melbourne, Australia, em sua edição nº 42, de 16 de Outubro de 1918, p. 02, assim descreveu a origem do termo Protestante: “O nome Protestante teve uma origem honrosa. Foi primeiro dado aos príncipes que, na Dieta de Espira, em 1529, protestaram contra o propósito do Papa e do Imperador de suprimir toda liberdade de culto religioso, e reivindicaram para o povo, o direito de seguir sua própria consciência e a Palavra de Deus.”
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