Idelette de Bure (1506-1549)
A convite de Martin Bucer (1491-1551), o reformador João Calvino (1509-1564) foi parar em Estrasburgo, França, depois de ter sido desterrado, ou seja, expulso da cidade de Genebra, Suíça, pelo Conselho daquela cidade, por causa de suas atitudes em prol da moralidade pública, combatendo os vícios, colocando ordem nas escolas. As atitudes de Calvino para trazer ordem e decência para Genebra, logo encontrou opositores, que lucravam com a libertinagem, e se elegiam para cargos políticos com o discurso de defesa da libertinagem.
“Calvino começou a sua obra em Genebra explicando as Escripturas. Tomou muito a peito a educação da mocidade, nomeando Sammier, um dos seus amigos, inspector geral das escolas. Reformou o ceremonial dos casamentos, promoveu um maior uso dos Psalmos, combateu, por todas as formas, o vicio... Não tardou, porém, que se produzisse a reacção. Eram medias fortes de mais, aquellas, tratando-se de pessoas que ainda na vespera, por assim dizer, viviam immersas na ignorância, na superstição, na immoralidade. O partido contrario aos pastores era denominado dos Libertinos, que não se cançavam de insistir em que a cidade, naquela sua submissão a Calvino e Farel, calcava aos pés as suas antigas liberdades. Tanto prevaleceram sobre a população, que nas eleições em Fevereiro, de 1538, alcançaram a maioria, e ficaram no poder. Recomeçaram as desordens e os deboches, e, como os magistrados não oppunham a estes males uma forte repressão, os pastores começaram a pregar contra ellas. A situação tornou-se grave. As auctoridades expulsavam dos pulpitos os ministros que se recusavam a dar a communhão áquelles a quem reputavam indignos disso. Por fim, em virtude dos sermões que sobre esse assumpto pregaram Calvino e Farel no domingo de Paschoa de 1538, o Conselho houve por bem desterra-los.” (CANUTO, João S. Quarto centenário do grande reformador de Genebra João Calvino" de autoria de João S. Canuto. A Luz e Verdade. Ano VI, nº 11. Porto, Portugal, Agosto de 1909, p. 01-02)
Em Estrasburgo, Calvino pastoreava refugiados, que fugiram para aquela cidade da perseguição perpetrada contra a fé evangélica. Idelette de Bure (1506-1549) e John Storder faziam parte da congregação de João Calvino. Idelette de Bure ficou viúva, e depois de um período de viuvez, contraiu matrimônio com João Calvino em Setembro de 1540.
Em 1º de Maio de 1541, a declaração de desterro, ou banimento, que havia contra Calvino na cidade de Genebra foi revogada, e ele retornou para aquela cidade.
Em Genebra, Idelette faleceu em Abril de 1549. Sobre sua esposa, João Calvino escreveu: “Durante sua vida, ela foi a fiel ajudadora do meu ministério.” (The Watchman, 09 de Janeiro de 1904, p. 03)
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