Hippolyto de Campos: um pastor metodista

 

Hippolyto de Oliveira Campos (1848-1931). World Outlook, Maio de 1947, p. 10

Hippolyto de Oliveira Campos (1848-1931) foi um ex-padre, que se tornou um pastor metodista. Antes de se converter ao Evangelho, Hippolyto de Campos perseguia os crentes evangélicos, comumente chamados no Brasil do século XIX pela denominação de Protestantes.

Hippolyto de Campos perseguiu implacavelmente os crentes evangélicos na cidade mineira de Rio Novo, e por isso foi enviado por seus superiores eclesiásticos para a cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, para continuar a tarefa de tentar frear o avanço da fé evangélica naquela cidade.

Em Juiz de Fora, Hippolyto de Campos atacava os protestantes em seus sermões, escrevia longos artigos contra os crentes no jornal local. “Ele alugou um quarto do outro lado da rua estreita da capela Metodista para ouvir os sermões do pastor metodista. Nas noites de Domingo, ele apagava a vela e inclinava-se aguardando com ansiedade na janela para ouvir as ‘palavras de maldade’ que fluíam do púlpito evangélico.” (WORLD OUTLOOK, Maio de 1947, p. 11)

Para atacar os protestantes com mais vigor, Hippolyto de Campos resolveu comparar a “Bíblia protestante” com a Bíblia Vulgata de S. Jerônimo, com a intenção de denunciar os erros da “Bíblia protestante” em seus sermões.

“Quando os evangélicos souberam que o homem que tinha lutado contra eles estava lendo as Escrituras, eles enviaram para ele uma Bíblia encadernada em couro fino. Campos jogou a Bíblia fora por considerá-la ‘obra do diabo’, mas guardou a bela capa para transformá-la em um par de sandálias. Contudo, seu sentimento contra os protestantes era tão forte, que ele deixou as sandálias na sapataria porque ele pensava que elas eram más, também.” (WORLD OUTLOOK, Maio de 1947, p. 11)

O tempo foi passando, e o padre Hippolyto ficou impressionado que os protestantes, apesar de serem poucos em número na cidade de Juiz de Fora, revidavam os ataques dele com orações.

Em 1º de Fevereiro de 1901, Hippolyto de Campos depois de uma longa oração matinal, decidiu unir-se aos crentes metodistas. Ele enviou sua renúncia ao seu superior eclesiástico, por duas vezes, porém pensaram que esta decisão de Campos era passageira.

Hippolyto de Campos foi para uma fazenda, num lugar distante a fim de meditar mais na Bíblia, e orar num lugar sossegado. Sua convicção de se tornar um crente evangélico aumentava ainda mais, e seus amigos tentaram dissuadi-lo da decisão que tomara.

Naqueles dias que passou isolado na fazenda, Hippolyto escreveu uma carta para o bispo metodista John William Tarboux (1858-1940), pedindo que o ministro metodista o recebesse. Os dias se passaram, e a resposta veio. J. W. Tarboux e outros ministros metodistas o receberam, e disseram a Hippolyto de Campos que ele teria muitas dificuldades a enfrentar, e que levaria um tempo até ele se tornar um pastor metodista. Hippolyto de Campos demonstrou que esperaria o tempo que fosse, pois sua decisão de unir-se aos crentes era sincera.

Ainda no ano de 1901, Hippolyto de Campos iniciou suas atividades evangelísticas com os metodistas, e em 1903 era já fazia parte do pastorado. Ele foi pastor em várias cidades como Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, Juiz de Fora, local de sua conversão, Taubaté e Cunha, ambas, cidades do interior paulista, Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro, e no Rio de Janeiro, capital, pastoreou as igrejas metodistas do Catete e de Vila Isabel.

Hippolyto de Campos se casou com a viúva Francisca Isaura de Franca Campos, que tinha um filho chamado Ataliba. Francisca e Hippolyto de Campos tiveram sete filhos biológicos.

Em 1921, Hippolyto de Campos foi jubilado do serviço pastoral. No ano de 1926, ele recebeu um convite para pregar em Portugal, e de lá foi pregar na França e na Ilha da Madeira, Portugal.

Na noite de 29 de Agosto de 1931, Hippolyto de Oliveira Campos dormiu no Senhor, depois de ter dedicado várias décadas ao ministério pastoral na Igreja Metodista.

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