O julgamento de John Huss no Concílio de Constança

 

John Huss (1369-1415)

Em Novembro de 1414, John Huss (1369-1415) teve que comparecer ao Concílio de Constança, para responder pela acusação de heresia, por ele ter abraçado doutrinas ensinadas por John Wycliffe (1328-1384), bem como lido obras escritas por Wycliffe tanto na Universidade de Praga, na República Tcheca, onde era professor, quanto na Capela de Belém, também na República Tcheca, onde exercia seu sacerdócio por causa da influência de ricos comerciantes que lhe asseguraram esta posição.

“John Huss nasceu numa pequena vila mercantil, em 6 de Julho de 1369. Seus pais eram prósperos tchecos da classe camponesa. Nada sabemos sobre a infância do reformador, mas ele recebeu uma boa educação e, afinal, concluiu sua graduação na Universidade de Praga. Ao concluir o curso universitário, ingressou no sacerdócio. Dois anos depois, foi escolhido para um exame de bacharel. Ele começou a dar aulas na Universidade, e há razões para acreditar que suas aulas foram baseadas nos escritos de John Wycliffe. Em 1402, ele foi nomeado reitor da Capela de Belém, que fora erguida e mobiliada por alguns cidadãos de Praga, para o propósito de proporcionar uma boa pregação popular na língua boêmia. A pregação vernacular nunca cessou totalmente na Boêmia, apesar da desaprovação de Roma, mas havia grande ignorância da Bíblia e prevaleciam os piores vícios. Huss denunciou impiedosamente os males da época, apelando à Palavra de Deus para fazer cumprir as verdades que ele ensinava.” (THE AUSTRALIAN CHRISTIAN COMMONWEALTH, 23 de Novembro de 1923, p. 03)

No ano de 1410, uma bula (decreto papal) foi publicada, e esta bula condena os escritos de Wycliffe, considerando-os heréticos, e concedia plenos poderes ao arcebispo para fazer o que bem entendesse a fim de suprimir da cidade de Praga a circulação dos escritos de Wycliffe.

Uma das ações do arcebispo foi a de mandar procurar na Universidade de Praga todos os livros de John Wycliffe, e depois que os livros foram encontrados, o arcebispo ordenou a queima de todos os livros de Wycliffe.

John Huss se opôs à queima dos livros de Wycliffe, e, a pedido de seus amigos, retirou-se da cidade de Praga para não trazer mais problemas para si.

 John Wycliffe (1328-1384)

Em 1413, uma bula papal decretou a excomunhão de John Huss. Amigos de Huss o aconselharam a parar de pregar, mas John Huss não se deixou persuadir, e assim fora ele intimado a comparecer perante o Concílio de Constança, onde seria julgado pela acusação de heresia.

O Imperador Sigismundo (1368-1437) concedeu a John Huss um salvo-conduto (habeas corpus preventivo). Apesar da garantia legar do salvo-conduto, John Huss foi levado à prisão.

O Imperador Sigismundo tentou convencer John Huss a se retratar, mas Huss não consentiu. Sigismundo revogou o salvo-conduto que concedera a John Huss, e o Concílio de Constança negou a Huss um advogado de defesa. Julgado pelo Concílio de Constança, John Huss foi condenado à morte na fogueira. Em 06 de Julho de 1415, a sentença contra ele foi cumprida: John Huss foi queimado na fogueira.

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