Pregadores evangélicos no Brasil do século XVI

 

Forte de Villegagnon, Rio de Janeiro

Acervo Fundação Biblioteca Nacional do Brasil

<https://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_iconografia/icon64882/icon64882.html>

Em Setembro de 1556, o Almirante Nicolas Durand de Villegagnon (1510-1571) escreveu uma carta para João Calvino (1509-1564), que estava em Genebra, na Suíça, pedindo que Calvino enviasse ministros evangélicos ao Brasil. Calvino enviou então os ministros evangélicos Pierre Richier e Guillaume Chartier, e junto com eles vieram colonos.

“[...] Uma expedição foi ajustada, no ano de 1555, por Villegagnon, um cavaleiro de Malta, sob o patrocínio de Henrique II da França, com o intuito de estabelecer uma colônia francesa no Novo Mundo. A aprovação do monarca foi assegurada por meio do excelente Almirante Coligny... Calvino foi requerido para obter ministros para embarcar com a expedição. Depois de consultar os outros pastores de Genebra, ele enviou dois: Guillaume Chartier, e Pierre Richier, aos quais depois vários outros se uniram. O objetivo deles foi, a princípio, trabalhar entre os colonos e evangelizar os aborígenes não civilizados. A expedição alcançou o forte Coligny, como foi chamado, no Rio de Janeiro, Brasil, em Março de 1556. Na chegada deles, os ministros de Genebra procederam para constituir uma igreja, de acordo com as formas e ritos das igrejas reformadas, e celebraram a Ceia do Senhor. [...]” (BAIRD, Robert. The Christian Retrospect and Register. New York: M. W. Dodd, 1855, p. 295-296)

No dia 10 de Março de 1557, no Rio de Janeiro, Jean du Bourdel, Mathieu Verneuil, e Pierre Bourdon, pastores presbiterianos franceses, conhecidos por huguenotes, realizaram o primeiro culto evangélico do Brasil.

Villegagnon logo revelou seu verdadeiro caráter de traidor, e se opôs aos ministros da fé evangélica. A perseguição resultou na tragédia da Guanabara, que foi a morte por enforcamento dos pastores Jean Du Bourdel, Mathieu Verneuil, e Pierre Bourdon, em 09 de Fevereiro de 1558, e seus corpos foram jogados no fundo do mar da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.

João Bolés, apelido dado pelos brasileiros a Jean Jacques Le Balleur conseguiu fugir das maldades de Villegagnon, e se refugiou em São Vicente, São Paulo. João Bolés começou a pregar para os índios e para os portugueses. A perseguição sobreveio, e João Bolés foi acusado pelos jesuítas, de heresia e sedição. “João Bolés foi enviado para a Bahia, onde por oito anos sofreu as torturas comuns àquela época cruel. Quando os franceses foram expulsos, em 1567, ele foi levado para o Rio, executado e queimado. Diz-se que o jesuíta José Anchieta... foi tão levado pelo fanatismo feroz da época a ponto de ajudar, com as próprias mãos, na execução.” (The Brazilian Bulletin, nº 01, Junho de 1898, p. 37)

O enforcamento de João Bolés ocorreu no Rio de Janeiro em 20 de Janeiro de 1567.

Comentários